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Sobrou pro narrador da Globo explicar a mudança no Coronel Saruê

Muita gente tem reclamado que Antonio Fagundes está muito diferente do Rodrigo Santoro na primeira fase de “Velho Chico” (inclusive, esse talvez seja um dos temas do nosso podcast semanal, o CoisasCast, de amanhã). Como um personagem tão jovem, tão vivo e tão comedido se transformou nessa versão do Odorico Paraguaçu com uma peruca acaju? O público também não entendeu muito bem, e começou a rejeitar um pouco a nova fase da novela.

Após afastar uma das autoras e mandar uma listinha de mudanças para o diretor Luiz Fernando Carvalho, a Globo partiu para uma estratégia de guerrilha para melhorar os índices de “Velho Chico”. Ou seja: tá rolando mais divulgação nos comerciais dos programas.

Em um deles, o narrador das vinhetas da Globo começa dizendo que o o tempo fez o Coronel Saurê ficar muito diferente do que era quando novo. Em seguida, uma série de diálogos com Iolanda (Cristiane Torloni) foram montados de forma a deixar bem claro que ela também acha Saruê muito diferente do Santoro.

Essa estratégia de usar chamadas na programação para explicar uma novela no ar é bem velhinha. Durante “Em Família” o recurso foi utilizado porque a audiência da terceira fase caiu muito e as pessoas não reconheciam a Helena da Marquezine na Julia Lemmertz. Já em “Babilônia”, as chamadas tentaram atrair o público com conflitos amorosos que os autores não souberam desenvolver.

Mas, cá entre nós, eu até já imaginava que o tempo foi o responsável pela mudança no personagem, mas não seria melhor que essas explicações estivessem DENTRO da novela?

Fábio Garcia

Eu só faço a contabilidade

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  1. José disse:

    O Fagundes é culpado sim e a mudança está inverossímil sim! É evidente que ele não assistiu a 1ª fase da novela, e se o fez, foi egoísta e cheio de si o suficiente para ignorar totalmente a magistral composição do Rodrigo Santoro a um jovem coronel amargurado, boêmio, estudado, good vibes, que queria viver na cidade grande e foi obrigado a abandonar seus sonhos pra assumir os negócios coronelistas do pai no interior da Bahia. Afrânio foi se tornando um homem prepotente, endurecido, mas sofria muito com tudo aquilo, Santoro imprimia aquele ar de sujeito perturbado e infeliz ao personagem. Agora o Antônio Fagundes não defende somente um coronel detestável, ele é simplesmente a reencarnação do Zé Inocêncio/Bruno Mezenga/Juvenal Antena. Mandão, machista, conservador, ignorante, bonachão, vaidoso… não parece um homem instruído, que já fez faculdade de direito e que sofreu o suficiente pra se tornar um coronel impiedoso. Ele parece amar ser o ditador de Gotas de São Francisco, ser venerado, explorar o povo pobre, usar aquelas roupas, aqueles cabelos. Nem sua forma de andar, de falar, se tratar a Iolanda, a Encarnação, de ser político… ele dá risada de sua vida, enquanto o Afrânio do Santoro era soturno, reservado.

  2. josyvais disse:

    Fagundes é um excelente ator, mas esse personagem e a maneira como vem sendo interpretado está fora do contexto.
    Claro que a culpa não é somente do Fagundes, a direção tambem tem sua parcela.

  3. A diferença é brutal! Hoje o Fagundes está um misto de Odorico Paraguaçu com o Sinfrônio (da Praça é nossa!). Um horror!!!

  4. Samuel disse:

    Não quero defender o Fagundes,mas antes mesmo da mudança de fase o Coronel já havia se transformado em um homem desprezível assim como seu pai era, tanto é que ele fez o que fez para separar Santo e Tereza.

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