"Totalmente Demais" teve a operação policial com os profissionais mais incompetentes da área

A deusa Glorinha Perez já nos ensinou que em novela devemos voar ou seremos eternamente membros do bonde do recalque, mas confesso que às vezes ficamos absurdados com o nível de burrice dos personagens nas tramas. Em “Totalmente Demais”, por exemplo, os policiais envolvidos no plano de captura do Dino (Paulo Rocha) tiveram seus neurônios trocados com os de uma azeitona, só isso explica a fuga do meliante (ok, na verdade sabemos que ele fugiu porque a novela tem que render até segunda-feira). Acompanhe a situação.

Na expectativa de capturarem o bandidão de leve sotaque português, a polícia usou o velho truque de “vamos usar a Leona Cavalli como isca” e fez com que ela levasse o dinheiro pedido por Dino até o local combinado pelos dois.

O plano da polícia era colocar um rastreador dentro da bolsa e, assim, irem até o esconderijo do bandido, certo? CLARO QUE NÃO, isso é tecnológico demais, estamos falando de “Totalmente Demais” e não de um episódio de “Agents of SHIELD”. A ideia era botar o policial coadjuvante espiando Dino para seguí-lo mesmo.

O maquiavélico entra no carro, entrega para Peçanha e começam a dar gostosas gargalhadas em voz alta porque, afinal, eles estão mais ricos que Carolina Ferraz no final de “Beleza Pura”. Só que eles não contavam que apareceriam carros de polícia em todos os cantos da rua, cercando-os. Reparem que eles realmente não têm escapatória:

Uzômi aparece tudo armado e mandam os dois saírem do carro. O parceiro de Dino, então, avisa ao policial com toda a calma do mundo que ia apenas pegar o documento dentro do veículo. Enquanto pegava o tal documento, ele aproveitou pra ter uma treta, com direito a gritos com Dino, e a polícia fez o quê ao ver aquele claro sinal de descontrole emocional de um procurado?

Eis que o homem saca uma pistola, ameaça um grupo inteiro de policiais e ainda dá tiros a queima roupa num policial às oito da noite, rendendo uma morte e uma futura notificação do Ministério da Justiça (aquele que permite assassinato ao vivo no “Cidade Alerta” mas que não pode ver um revolver numa novela que já sai reclamando).

“E o Dino?” pergunta o leitor que estava curioso com o destino do perseguidor de Eliza (Marina Ruy Barbosa). A resposta, meus amigos, vai surpreender até você que não entende até hoje Morena saindo viva de um túnel repleto de traficantes atirando nela:

Parabéns, polícia do Rio de Janeiro, por permitir que um homem perigosíssimo que estava cercado conseguisse fugir de uma forma tão requintada. Achei ousado. Achei inteligente. Achei Seu Madruga escapando do pagamento do aluguel.