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E se o Impeachment fosse uma novela escrita por autores da Globo?

Tem sido dias complicados de existir no Brasil. Nas redes sociais, na TV, no twitter, no seu grupo de whatsapp você só ouve falar de um assunto: o impeachment da Dilma. Seja lá de que lado você está nessa história, se você concorda ou não, você há de convir que entre quarta e hoje não ouvimos falar muito de algo além do impeachment. Ok, teve lá a farsa da Bel Pesce e a notícia de que a Globo vai fazer uma nova versão dos trapalhões (???), mas você provavelmente já deu mute em cinco amigos e cancelou a assinatura de outros dez por não aguentar mais ouvir falar desse assunto (não da farsa da Bel Pesce nem os trapalhões, tô falando do impeachment mesmo).

Mas antes que você estranhe esse papo brabo sobre política, é bom saber que o Coisas de TV segue sendo um site de entretenimento e, por isso, enquanto assistíamos esse processo que foi tão enrolado que mais parecia uma novela, a gente pensou: e se o impeachment tivesse fosse uma novela escrita pelos autores da Globo? Como seria? É pra responder essa pergunta que estamos aqui. Escolhemos nossos autores preferidos (ou não) e tentamos imaginar como seria o impeachment de acordo com cada um deles. Tá curioso com o resultado? Confere com a gente.

Se fosse uma novela de Aguinaldo Silva:

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Política é o pano de fundo da trama que quer versar mesmo sobre poder & vilões que matam gente empurrando as pessoas da escada, mas isso não impede da trama mostrar um império empresarial chamado Brasil e dirigido pela poderosa Dilma. Dilma trabalhou duro até conseguir construir seu império e hoje em dia conta com a ajuda de sua amiga e personal puxa-saco, Kátia. Enquanto protagonizam algumas cenas que versam sobre poder & ambição, Kátia não perde a oportunidade de bajular sua chefe a chamando de poderosa pitonisa tupiniquim, entre outros apelidos. Apesar do complexo empresarial Brasil estar passando por um momento de crise, o império é promissor e por isso muitos tentam roubar o lugar de Dilma que sofre diversos atentados vindos de um homem misterioso.

Perdemos as contas de quantas vezes ela foi jogada das escadas de seu escritório e reza a lenda que teve uma vez que uma pessoa misteriosa tentou colocar um secador ligado em sua banheira enquanto ela relaxava. Nenhum dos planos dá certo, até que o maior inimigo de Dilma dá um golpe certeiro todos descobrem que a verdadeira face do vilão misterioso é Michel, seu vice presidente no complexo Brasil. Derrotada, Dilma é dada como morta, mas reaparece um dia, em um táxi, ameaçando Michel com um exemplar da constituição enquanto seu inimigo está calmamente atravessando a rua. Logo depois, dentro do táxi, Dilma se olha no espelho e diz: “loiraça boazuda, gostosa pra caramba”

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Se fosse uma novela de Walcyr Carrasco:

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Dilma é dona de uma grande fábrica chamada Brasil na cidade de São Paulo nos anos 1920, mas sofre muito com a inveja de seu sócio e também grande amigo, Michel. Durante muito tempo Michel e seus comparsas articulam todo o tipo de plano infalível para tirar Dilma do poder, mas nada funciona. Dilma também não percebe nada. Um belo dia porém ela entra na fábrica e todos os seus sócios se juntaram para tirá-la do poder. Triste por demais, Dilma tenta se defender mas é inútil: tudo acaba em uma guerra de tortas e petiscos preparados para um coffee-break.

Uma audiência é marcada para resolver a questão, mas os únicos que a defendem são sua amiga Kátia, dona do salão de beleza e chique por demais, e um ex-caseiro de sua fazenda no interior chamado Lula. Entre alguns discursos falando sobre a importância da educação e sobre a importância da ética, Dilma acaba perdendo a causa, não sem antes seu advogado discursar sobre os meios tortos da justiça no Brasil. Uma confusão acontece após a audiência e Dilma se vinga jogando Michel e seus comparsas no lago principal da cidade. Derrotada, ela vai morar na fazenda com Lula e promete voltar e se vingar de todos que a fizeram mal. Enquanto nada se desenrola, ela desabafa com seu porquinho de estimação, Chico. Boatos entretanto dizem que um balde de meleca verde pode cair em cima de Michel enquanto ele estiver discursando em um evento importante.

Se fosse uma novela de Gilberto Braga:

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O pano de fundo é o Brasil atual e Dilma e Michel são amigos de infância que se encontram depois de algum tempo e disputam a presidência da empresa Brasil. Em um jogo de gato & rato e várias chantagens, ambos lutam para conseguir o poder até que resolvem disputar juntos a presidência da empresa. Os dois conseguem o que querem, mas Michel não quer ser apenas vice-presidente, quer o poder supremo da Brasil e para isso articula planos para tirar a ex-cúmplice do poder enquanto usa um terno amarelo pra dar sorte. Várias pessoas na empresa são corruptas e não medem esforços para chegar ao poder.

Políticos tentam defender seus interesses apoiando Michel e Dilma de acordo com o que lhes convém. Uma família rica sócia minoritária da Brasil diz que tem nojo do país e que detesta ter que desembarcar em uma terra quente em que o dólar está a quase quatro reais para resolver problemas internos da empresa. Depois de uma tacada certeira com a ajuda da filha de Dilma, Michel consegue chegar à presidência da Brasil. Dilma resolve deixar esse país dando uma banana para o Brasil no avião. Ou Michel e Dilma pegam um carro que vai rumo a um penhasco e morrem ou sobrevivem juntos. Ninguém tem muita certeza do que aconteceu, mas toca aquela música do Cazuza no fim. Pode ser que alguém importante tenha morrido nesse meio-tempo por um assassino ainda não revelado que pode ser todo mundo que participou da história, mas só vamos saber no final.

Se fosse uma novela de Glória Perez

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Em uma cultura alternativa da ásia, existe uma rainha poderosa chamada Dilma. Ela governa com a ajuda de seu marido, Michel, que nunca se conformou em ser apenas o marido da grande rainha. Sendo assim, em um dado momento ele resolve tirar a esposa do poder. Pra isso ele conta com a ajuda de uma perigosa vilã que pretende exterminar Dilma com uma seringa que possui um veneno fatal. Em algumas tentativas frustradas a vilã acaba matando gente que não tinha nada a ver com a história e só estava de boa dançando em uma festa típica qualquer.

Sem sucesso, a vilã tenta mandar uma bomba pelo correio em uma caixa de papelão, mas Dilma descobre que seu marido quer matá-la e tenta ir embora do país. Como tem medo de sofrer um atentado no avião ela tenta a ajuda de atravessadores para chegar a um aeroporto próximo sem ser descoberta e conseguir chegar até sua família no Brasil. O atravessador sugere que ela se esconda em um porta-luvas de carro. Ela consegue chegar até o aeroporto e chega já pela noite no Brasil. Aqui ela encontra o casal de amigos Lula e Kátia que arrumam pra ela um bico em um dos bares que eles são donos no bairro da lapa. Dilma aprende a dançar gafieira.

Se fosse uma novela de Benedito Ruy Barbosa

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Dilma é a lider de um movimento que luta pela reforma agrária e teve como parceiro de luta seu amigo Michel. Um belo dia os interesses dos dois começam a divergir já que Michel quer disputar as eleições em um partido e Dilma prefere outro. Os dois viram adversários políticos e ambos mostram o quanto a política e seus jogos podem ser patéticos. O movimento se divide em dois. Michel usa uma peruca acaju para aparecer mais apresentável na televisão. Aos poucos ambos vão se perdendo daquilo que prometeram no começo. Vários discursos sobre a importância da terra acontecem durante o campanha de ambos. Alguém defende a agricultura orgânica. No fim nenhum dos dois ganha porque a política é mesmo um jogo onde ninguém ganha e Dilma morre em um confronto com policiais no acampamento. Michel vira líder do movimento. A reforma agrária ainda não saiu. Nenhuma história de bicha foi contada.

Se fosse uma novela de João Emanuel Carneiro:

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Michel aceita fazer uma dupla de sertanejo universitário com Dilma, mas poucos sabem que ele só aceitou a parceria para se vingar de algo que ela lhe fez no passado. O plano de Michel é afundar a carreira musical de Dilma e se tornar ele, sozinho, o grande fenômeno da música no Brasil. Em uma relação de ódio e admiração, Michel um dia descobre que Dilma tem um caso com um importante nome de uma gravadora concorrente e espalha fotos do caso dos dois em todo o estúdio, minutos antes de Dilma entrar para ensaiar. Depois de alguma chantagem, Dilma decide deixar a carreira musical e Michel entra em carreira solo. No primeiro show ele pede mais aplausos. Dilma elabora em sua casa no subúrbio um plano de vingança que é constantemente atrapalhado por sua família barulhenta, mas pode incluir sangue falso de carne ou um enterro em vida, ela ainda não sabe bem.

Se fosse Malhação:

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Dilma e Michel disputam as eleições para o grêmio estudantil. A chapa deles ganha, mas depois de uma briga feia sobre o que deve ser prioridade no colégio Michel quer expulsar Dilma de sua chapa. Michel se une com a ex-melhor amiga de Dilma e os dois armam planos para desmoralizá-la em frente a escola. Dá certo e Dilma começa a ser hostilizada no colégio. Ela perde o namorado e as únicas pessoas que a apoia são seus amigos Lula e Kátia. Os três se juntam no GigaByte pra desabafar. Pedem uma rodada de suco pra galera. Dilma e Michel sentam agora em lados opostos da sala e se alfinetam durante as aulas de matemática. O clima é um pouco tenso no Múltipla Escolha. Dilma esfria a cabeça prestando trabalho voluntário no Amparo Social.

Se fosse uma novela do Manoel Carlos:

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No máximo Dilma e Michel iam se estranhar durante uma reunião de condomínio em um luxuoso prédio do Leblon e talvez eles brigassem pela vaga de síndico, e depois se encontrassem com um pouco de climão entre um quiosque ou outro de água de coco ou em um lançamento em uma livraria em que todo mundo do bairro comparece. Obviamente Dilma se chamaria helena e estaria menos ocupada com questões políticas e bastante mais ocupada em gerir sua clínica de estética ao lado do Dr. Moretti. Uma bossa nova toca ao fundo.

Larissa Martins

Fala muita bobagem, escreve sobre quase qualquer coisa e sabe tudo sobre a temporada da vagabanda de malhação.

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14 Resultados

  1. Babilônico disse:

    MICHEL DE TERNO AMARELO E PERUCA ACAJU

    eu amo esse site

  2. Diego disse:

    Gosto demais deste site!! A Larissa e o Fabio são TOP!!!!

  3. José disse:

    Eu to urrando no do Walcyr <33333
    rei né mores, ia ser o mais leve de todos

    É zoando os clichês que a gente percebe o quanto a gente ama/odeia os estilos dos autores né. Me deu sono só de ler o do Benedito e amei o do Walcyr

  4. Robert disse:

    A história do Gilberto ficou MARAVILHOSA, bem melhor que as duas últimas novelas dele.

  5. Fernando disse:

    Kkkk muito bem bolado, Gilberto é tão rei que mesmo a história sendo uma zueira a dele ainda foi a melhor e mais bem bolada!

  6. Beatrice disse:

    Que post genial! Kkkk! Só senti falta de Michelzinho, o herdeiro, nas tramas. Olha esse nome! Seria o típico pentelho mirim que ninguém suporta! Adorei a versão da Glória e do Malhação kkkk

  7. David Denis Lobão disse:

    Esqueceram do Silvio de Abreu?

  8. Jéssica disse:

    Gente que post maravilhosoooooooooooooooooo!
    Fico imaginando o Temer no chiqueiro do Walcyr ashushaushuashuahsuas

  9. Samuel Viana disse:

    Hahahahaha! Maravilhoso, nunca ri tanto de um texto.

  10. Victor disse:

    MELHOR POST DO SITE. EU NUNCA RI TANTO.

  11. lsureke disse:

    Aguinaldo Silva: Dilma é empurrada da rampa do Palácio do Planalto.
    Walcyr Carrasco: Dilma é empurrada da rampa do Palácio do Planalto e cai no espelho d’água.
    Gilberto Braga: Quem empurrou Dilma?
    Benedito: ♫ êh, oô, vida de gado…♫
    JEC: Dilma retorna como Gilma, a vingativa copeira do palácio.

  12. Zé Emerson disse:

    Hahahaha Adorei a matéria, Larissa. Só lembrando que ontem realmente aconteceu a versão do Benê para o impeachment. Cazeduardo dando golpe no Coronel Saruê

  13. Me disse:

    Ahhhhh, adoro quando vcs fazem essas matérias <3
    Mas senti falta da versão de autores de outras emissoras como a Cristianne Fridman (Temmer seria o palhaço assassino de vidas em jogo?), Carlos Lombardi (muitas pessoas semi nuas e violência), aquele autor de Mutantes (super heróis x super vilões <3) e até da Íris Abravanel (teria uma barriga enoooooorme, Larissa Manoela x Maísa como Michele e Dilma e duraria mais de um ano)
    Seria divertido!
    Lembrem deles nos próximos posts parecidos com esses (e façam mais, adoro!!!)

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