Será que os personagens masculinos de “Por Amor” fariam sucesso em 2017?
“Por Amor” estreou no Viva há alguns meses e, ao que parece, tem ido apesar de já ser a terceira exibição da trama. Completando aniversário de vinte anos de sua estreia, a novela traz algumas coisas que já ficaram perdidas no espaço. Excesso de barriga de fora, gente fumando em ambiente fechado e colete usado como blusinha são alguns exemplos, mas tem outras coisas que parecem fora de lugar na novela escrita por Manoel Carlos.
Dia desses estava assistindo à novela e confesso que fiquei um pouco assustada com a naturalização que existe do personagem homem-sedutor que é personificado na figura de Atílio (Antônio Fagundes). O personagem, que depois de um tempo se apaixona por Helena (Regina Duarte) e casa com ela, era um exímio colecionador de mulheres. E pior: e mulheres que sabiam uma da outra e que pareciam não se importar tanto assim com isso, desde que tivessem um gostinho de Atílio para elas.
Branca (Susana Vieira), por exemplo, teve um caso com Atílio e segue apaixonada por ele a novela toda. Tanto é assim que ela idolatra Marcelo (Fábio Assunção), que acredita ser fruto do caso que os dois tiveram, e rechaça Milena (Carolina Ferraz) e Léo (Murilo Benício), que acredita serem filhos de seu marido, Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella). Nenhuma das mulheres que foi envolvida com Atílio faz questão de esconder o caso deles e tampouco Atílio faz questão de esconder que já foi envolvido com várias mulheres (inclusive, às vezes, com mais de uma ao mesmo tempo).
Isabel (Cássia Kis) sabe de Branca que sabe de helena, que sabe das outras duas e tudo isso é amplamente aceito dentro daquele círculo social. Coisa parecida acontece com Marcelo e Laura (Viviane Pasmanter). Embora Marcelo estivesse de compromisso marcado com Eduarda (Gabriela Duarte) ele não fica nem um pouco desconfortável em, por vezes, ceder às investidas de Laura, dar carona à ela, fazer gracejos, etc.
Outro exemplo é Arnaldo. Ele nutre um caso com que é sabido por Branca, que em nenhum momento se preocupa excessivamente com isso (a não ser quando ela descobre que a amante é Isabel, que ela detesta). Pelo contrário. Uma das falas da vilã é dizer que não adiantou nada ter tentado separar o marido da amante porque ele foi e comprou um apartamento pra ela, onde ela está instalada. Ou seja, dentro do universo de “Por Amor” em 1997, a imagem da mulher subserviente, que aceita as eventuais puladas de cerca de seu par amoroso é muito presente.
É quase como se as mulheres aceitassem com facilidade a imagem do homem garanhão e até se fascinasse por essa ideia. Atílio, o homem que teve várias mulheres sem se afeiçoar a nenhuma – até encontrar Helena – é o cara mais disputado da novela. E ninguém acha estranho nada, porque afinal, ele é homem. É da natureza dele não se afeiçoar, não se apegar, ter várias mulheres. Assim como fica claro que é da natureza de Arnaldo trair Branca e da natureza de Marcelo, vez ou outra, não resistir às investidas de Laura.
Embora a novela seja ainda bastante assistida, fica o questionamento se esses homens funcionariam bem hoje em dia. Será que esses personagens que não conseguem resistir às investidas das mulheres porque “são homens”, que se embrenham em mil relacionamentos onde uma sabe da outra, que mantêm amantes em um apartamento seriam bem vistos hoje em dia? Será que a justificativa do personagem que toma uma ou outra decisão porque “é homem” ainda conseguiria ser querido pelo público? Será que num momento onde se discute cada vez mais feminismo, direito das mulheres e tudo mais, esse tipo de pessoa ainda cabe? Numa época em que a novela mais assistida da Globo é protagonizada por três mulheres fortes, será que um tipo como Atílio exerceria o fascínio que exerceu há vinte anos atrás?
Em alguns momentos acho que não. Não acho que Atílio desse tão certo assim se fosse um personagem de novela das nove de hoje. A justificativa do personagem que pode fazer de tudo com as mulheres porque “é homem” parece não colar tão bem quanto colava há vinte
anos atrás – ok que ele se “redime” depois que encontra helena, mas ainda assim a fama de sedutor dele perdura pela trama toda. O homem que tem muitas mulheres é mais ou menos como fumar em lugar fechado ou usar calça de cós muito baixo. Uma época foi legal, mas a gente olha pra trás agora e acha meio absurdo.
Mesmo assim, de vez em quando, um Zeca (Marco Pigossi) ou outro aparece como personagem querido do público. Ou a gente volta a usar pochete. Mas com sorte, a volta ao passado dura pouco tempo.
Atilio nao era santo, isso é fato, mas ele foi apaixonada de verdade pela Alice, esposa dele que morreu em um acidente de trânsito e também por Helena. Na fase de solteiro dele ele ficou com várias mulheres e qual o problema nisso? Assim como ele mulheres solteiras tb têm o direito de curtir a vida com quem e como quiserem (a Helena mesmo teve vários parceiros), até aí nao vejo nada de errado. Marcelo sim eu considero um machista e mau caráter, pois ele alimentava aobsessão que Laura tinha por ele além de trair a Eduarda e exigir dela um filho homem, além também de ser um arrogante sem medidas. Atilio nunca desrespeitou ou maltratou nenhuma mulher como Marcelo fazia. Se ele pressionou Helena por causa do diário foi com razão, pois ela fez algo gravíssimo, tirou o filho dele e deu para a Eduarda sem ninguém saber e ele ainda a perdoou no final. Resumindo: Atilio era um homem normal, podia até ser mulherengo e conquistador, mas mau caráter nunca.
Tem gente que ainda usa ”questões culturais” para justificar machismo e mau caratismo?
“há vinte anos atrás”. Meus olham sangram com tanto pleonasmo!
Acreditem ou não isso eh o que mais acontece ainda.
Mas tem também o fato do Arnaldo saber que a Branca é apaixonada pelo o Atílio,ela demonstra isso na cara dele,esses dias passou uma cena em que estavam todos na piscina e a Branca se jogando pra cima do Atílio e o Arnaldo quase do lado deles,sabia e nem se importou muito não,na verdade nesse caso vejo que os dois tem um relacionamento aberto,mantem a relação por uma questão de aparências mesmo. Mas apesar disso,em varias novelas que andam passando no VIVA vejo um certo incomodo do público em algumas atitudes de homens mocinhos de novelas do passado,por exemplo,o Fábio de A Gata Comeu metia a mão na cara das mulheres,tinha o André de Pai Herói que batia na Carina direto e terminou feliz pra sempre com ela. e o César de Torre de Babel que trai a Marta a novela toda,foi morar com a amante e tudo,decidiu voltar quando se cansou da amante e a Marta aceitou,no final eles terminam juntos como se nada tivesse acontecido,o filho deles,o Alexandre faz a mesma coisa com sua ex mulher e a ex amante do pai,ele fica entre as duas o tempo todo e elas ficam igual cachorro que caiu da mudança atrás dele,no final fica com a ex amante do pai numa boa. E tem o outro filho do César,o Henrique que humilhava a mulher,traía e isso parece que só reforçava a imagem de garanhão dele no inicio da novela. E tem Tieta que é um show de machismo mas não critico porque enxergo como critica social todas as coisas que acontecem na novela. Hoje em dia como foi citado aqui temos o Comendador,Alex,tem o Zeca e até o mesmo o Ruy que por mais que a Cibele seja insuportável foi ridículo o que ele fez com ela e agora ele ta numa boa com a Ritinha. Tinha o Haley de A Favorita também,ele “passava o rodo” na novela e era tido como um garanhão,era tipo uma versão mais jovem do Atílio,se redimiu com a Lara mas ainda ficou aquela coisa de pegador e tal,o público torceu muito pra ele ficar com a Lara no final inclusive.
Será mesmo que o Atílio seria rejeitado? Acho que não. Recentemente tivemos um personagens muito piores como o comendador José Alfredo; Pior pois se envolveu com menina que devia ser menor de idade e a manteve dentro de uma casa onde os dois transavam casualmente,e também nunca se separou verdadeiramente da Marta e nem deixou ela viver outro relacionamento, sem contar que tanto ela quanto outras personagens femininas da novela suspiravam pelo “homem de preto”. E zé Alfredo (a epitome do homem macho Alfa) o personagem mais marcante de Império. Também podemos citar o Alex de verdades secretas, que simplesmente casou com a mãe só para poder transar com a a filha em cima da mesa; E o mesmo twitter que é palco para “pisões” foi o lugar de onde shipavam Anlex e Alfredísis (em menor escala). Será mesmo que a onda do “políticocamente correto” representa mesmo uma mudança de pensamento? Porque não vejo discussões ali e sim um bando de marias-vai-com-as-outras dispostas a fazer auês homéricos que de fato não promovem nenhuma mudança.
Verdade!! Não gosto desse tipo de personagem “macho alfa pica-das-galáxias”, mas tem muita mulher tonta que suspira por homens assim até hoje!
A Isis era adultaaaaaaaaaaa gente, supera
O problema, Larissa, não está nem em Por Amor, ao meu ver. Está no Manoel Carlos. Todas suas novelas, apesar de serem supostamente focalizadas na força da mulher brasileira (a de classe média alta, né?), tem um excesso de misoginia nas ações. E sinceramente não vejo isso como uma crítica do autor aos homens, e sim como algo ‘natural’. O único vilão marcante dele, o Marcos de Mulheres Apaixonadas, era um agressor de mulheres, mas ainda teve a romantização do caso Raquel-Fred e parecia que o maior problema era ele perseguir o jovem ‘amante’ da mulher, e não bater nela. O resto: vilãs. Pra mim, o Marcelo causa tanto ou mais sofrimento na Eduarda do que a Laura, mas ela é a vilã da história, a malvadona que morre num acidente no final pra deixar o casalzinho em paz… Sério?????? Ele trai a mulher, dá moral pra Laura, não tem a capacidade nunca de dar um corte na ex, e chega a ter gêmeos com ela durante o casamento com outra e fica tudo na mais perfeita ORDEM pra ele. Lembram-se do capítulo que a Eduarda enfrenta ele e leva um tapa na cara? Ela se defende quebrando um objeto na cabeça dele e ele ainda ameaça colocar ela na cadeia. É absurdo que o Marcelo seja o mocinho da história e tenha final feliz…
Acho que isso vale pro Edu de Laços de Família. Outro covarde, canalha, embora naquele caso eu ache que a Camila é bem pior. O Atílio não hesita em se irritar com a Helena na crise do casamento deles e correr atrás da melhor amiga traíra dela… da mesma forma que na novela antecessora do Maneco, o mocinho Carlos, é ex da Sheila que nunca o esqueceu, é casado com a ninfeta Paula que é obcecada por ele e ainda se apaixona pela Helena… o Pedro e o Edu em Laços de Família tb são machistas, o Danilo é um parasita misógino, e os dois únicos homens ‘bonzinhos’ da história – Miguel e Fred – são tratados como bananas, frouxos na luta pelas mulheres que desejam (tanto é que perdem a Helena e a Capitu inúmeras vezes). E em Mulheres Apaixonadas? O Diogo trai a mulher com a prima no dia do casamento, ah, mas ok, a mulher dele é muito mimada. O César fica viúvo mas já traía a mulher moribunda com a assistente “grudenta” dele na clínica, ainda pega a residente ninfeta e faz um jogo de gato e rato com a coitada da Helena a novela toda… e isso que ela descobre que era chifrada pelo marido que achava um banana e que cria o filho dele com outra mulher como se fosse uma criança órfã. E o Sérgio que sabe que tem uma mulher instável emocionalmente e em vez de apoiar ela a buscar tratamento, é grosso e ainda alimenta o ciúme e insegurança dela fazendo gracinhas com a vizinha e jogando na cara dela que ela é estéril? E em Páginas da Vida que o Léo abandona a namorada grávida sem nem querer saber de nada e seis anos depois volta querendo pegar os filhos pra cuidar e ainda tinha gente que apoiava ele? Inclusive a Olívia?
Acho que em Páginas da Vida o conceito de garanhão como par romântico da Helena começou a desmoronar lentamente, já que o Greg tinha visivelmente mais química com a Helena do que o Diogo (que aparece só depois de um tempo, e ainda assim tem um filho bastardo com uma freira do hospital onde trabalha)… ficam a novela toda naquilo do Greg trair e desrespeitar a Helena mas gostar dela de verdade, e não da Carmem. Mas felizmente eles não terminaram juntos. O mesmo vale pro caso do Marcos em Viver a Vida, e depois pro Laerte (em que todo mundo achava que de um jeito ou de outro o Maneco ia fazer ele e a Helena ficarem juntos, mas ela terminou com o Virgílio e ele foi o único garanhão dele que terminou de maneira trágica, assassinado). Enfim, pro Maneco existem dois tipos de homem: o que as mulheres desejam (viris, machistas, conquistadores, galinhas) e os fracos, bananas, que se contentam com os restos (Virgílio só foi ganhar a Helena depois de ser enterrado vivo pelo rival garanhão).
Eu estou acompanhando a exibição de Tieta e me sinto incomodado, mesmo sendo homem, com alguns comentários. Tudo bem que a novela é de 89 e se passa no interior da Bahia, mas mesmo assim as vezes soa até forçado uns comentários do Osnar e dos amigos dele.
20 anos de estreia, quarta exibição. Realmente, os homens dessa novela são super machistas, o Atílio eu não diria machista, mas ele se acha um homão da porra, que pode pegar o elenco feminino inteiro. Já o Marcelo, ele é puro machismo, e também ególatra. Ele adora ver a Laura correndo atrás dele, perdendo seu amor próprio, enquanto a esposa vive se engalfinhando com a vilã por causa do garanhão. Além do mais, para o Marcelo, a mulher é apenas um instrumento de prazer para o homem e sua obrigação é cuidar da casa.
Mas nessa época fala-se muito em feminismo, empoderamento, então acredito que o Marcelo hoje, teria uma outra visão, afinal ele é jovem, portanto provavelmente teria uma mente um pouco mais aberta. Quanto ao Zeca, o caso dele é diferente por questões culturais
Marcelo realmente era machista e imaturo, mas ele experimentou uma evolução após Eduarda se separar dele por causa da aventura com Laura. Mas uma coisa que me pergunto é se alguém aguentaria viver com Branca, ela era abertamente má e meio que se orgulhava disso.
10 anos? mesmo? arrumem isso aí&
viajei real. já arrumei!