CoisasCast #41 – “Chiquititas” faz 20 anos e estamos oficialmente velhos!
Seguindo com essa nova periodicidade do CoisasCast (que é sai-quando-fica-pronto), nossos redatores comentam um pouco sobre a novela “Chiquititas” que comemorou recentemente 20 anos de idade. Além de comentarem sobre o passado e julgar a versão atual, Larissa conta uma história assustadoramente engraçada envolvendo as órfãs em sua infância. Além disso, as tradicionais cartinhas dos leitores. Não percam o mais novo CoisasCast!
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Já tem, ou melhor tinha. Porque pararam de postar.
Pior que tinha, mas faz tempo que não postam mais lá, vai ver até esqueceram que existe hahahaha
Eu gostei da nova versão de 2013,mas confesso que prefiro muito mais o trash que era a versão de 1997.Era cheia de problemas estruturais e não tinha um planejamento,mas criança não repara bem nisso.Agora eu mesmo sendo criança ainda achava estranho a troca de namorados da Carol toda temporada.Uma das coisas que me incomodaram um pouquinho no remake foi não ter a troca de abertura assim que a novela mudava de fase,eu amava aquele refrão inaudível de “Mexe lá” ,mas da pra entender que pra fazer uma abertura daquela lindíssima em cgi custou caro e não dava pra trocar toda temporada.Na versão de 1997 era mais fácil e mais barato produzir uma abertura com as crianças dançado coreografias do “É o tchan” em meio a muito chroma key. Outra coisa foi a troca de casais,achei que Mili e Mosca juntos deixou a Vivi meio jogada na história e todos os pares românticos da Mili como o Duda e JP eram descartáveis pq nós sabíamos que no final ela tinha que ficar com o Mosca.
A tia Carol namoradeira era melhor coisa de Chiquititas
Esse shopping é o Catuai né Larissa? kkk
Os clipes produzidos pela Cris Morena eram espetaculares, mesmo com poucos recursos, ela sabia tocar a alma, que não é o caso dos clipes da versão mais recente. Mas em termos de texto, não sei como eu vou falar isso, mas eu prefiro o texto da Íris Abravanel, não que o texto da Patrícia Maldonado seja ruim, mas acontecia tanta coisa bizarra nas outras versões, tanta coisa que deixava a gente com raiva, sem esperança que os personagens algum dia seriam 100% felizes. Sem contar que a Carol parecia a Bruna Surfistinha, vivia trocando de namorado como quem troca de calcinha. Fora personagens do bem que ficavam malvados, como o Miguel. Ou gente puramente ruim que saía da novela sem mais e nem menos, como a Cíntia, que era a vilã da história na primeira temporada.
Graças a Deus a dona Íris condensou todas aquelas temporadas em apenas uma e escreveu uma novela ótima com QUINHENTOS E QUARENTA E CINCO CAPÍTULOS e, claro, daqui a pouco aparecem os haters dizendo que a Íris escreve mal só porque ela é esposa do Sílvio Santos. Aliás, a Íris é uma mulher incrível, né? Independente, talentosa, mas enfim, isso não vem ao caso agora.
A versão de 2013 tem algumas coisas toscas sim, mas a gente pode assistir sem medo que tudo vai terninar em ordem, não é aquele samba do crioulo doido das versões anteriores
Concordo total. Das novelas infantis do SBT com título iniciado com C, Chiquititas foi a que mais me cativou, pois combinou o típico dramalhão de novela latina com o talento de Iris Abravanel em compreender mesmo o mundo da criança. Não tive a oportunidade de acompanhar chiquitas antiga completa, vi apenas a reprise de 2004, aquela que foi picotada por baixa audiencia e só exibiu a primeira temporada, e lembro de ter ficado frustrada demais, foi muito trash. Já na versão de 2013, o drama era intercalado por situações que davam leveza a trama, como os concursos, as viagens, as festas, que os adultos criticavam por considerar encheção de linguiça, mas o público alvo que são as crianças nunca reclamou, pelo contrário. Ouvi falar que Iris é formada em pedagogia, se for verdade isso explica muita coisa.
A questão é que Chiquititas foi uma obra aberta, uma produção que foi indo por temporadas sem saber como e quando terminaria, foram empurrando com a barriga, não teve planejamento. E no Brasil piorou, porque na Argentina, pelo menos, a saga da Belén acabou na 4ª temporada… a 5ª temporada trouxe um novo enredo com novos personagens (a temporada do celeiro), que se seguiu na 6ª e terminou de maneira problemática naquela 7ª que teve apenas 9 ou 10 capítulos devido a problemas pessoais da Cris Morena com a Télefe. Já no Brasil, o baile foi seguindo, e condensaram as histórias da 4ª e 5ª temporada, com a Carol – que representava a Belén – indo parar no celeiro e se envolvendo com o Rian – Juan na Argentina – sendo que a protagonista adulta dessa temporada era a Ana. Ficou mesmo samba do crioulo doido.
A Íris Abravanel tinha ali todos os elementos disponíveis para fazer uma novela mais clássica, tradicional, um enredo linear, com começo, meio e fim, deixando um casal de protagonistas fixo – Carol e Júnior – sem aquele rodízio desnecessário de pares românticos pra heroína, e foi focalizando na história da Mili, que era de fato a trama inicial da novela. Claro, usou de muita licença poética, criou novos personagens, mas criou uma novela nova em cima da ideia original da Cris Morena. O problema com os fãs se deu justamente nessa descaracterização das histórias originais, essa mistura estranha, além da extrema lentidão pra arrastar os conflitos, já que a novela era recheada de plots infanto-juvenis desnecessários, namorinhos, briguinhas e coisas do tipo pra encher linguiça, tipo Carrossel. É coisa que criança gosta.
O Silvio optou pelo resgate da memória afetiva do público contando a história da Mili etc, mas na Argentina fizeram melhor quando em 2006 criaram um spin-off de Chiquititas, pegando os principais ingredientes das temporadas 1995-2001 em uma única temporada – busca da mãe pela filha perdida, pobre menina rica que perde os pais no acidente, irmãos em que a menina de rua é durona, etc. Também reciclaram as principais músicas. Ficou uma novela nova, inédita, com outros personagens, mas cheia de referências. Ficou legal e abraçou bem as novas gerações. A única diferença em estilo era que Chiquititas originalmente era uma novela soturna, dramática, densa, carregada. E a temporada de 2006 era colorida, alegre, doce, bem estilo comédia romântica mesmo. Talvez essa saída teria sido mais digna no SBT.