Resumão do último capítulo de “A Força do Querer”

Eduardo disse:

uma pena ter o final corrido como teve e ver que alguns personagens nem teve desfecho. o irônico é que é a novela com menos personagens da glória, até caminho das índias com 500 personagens teve desfecho digno pra cada um e a força do querer não (rip Heleninha, Simone, Joyce, Eugénio e Ruy)

Fabiana disse:

Pelo conjunto da obra e ignorando essa escorregada no último capítulo,acho que AFDQ tem potencial pra ser considerada a melhor novela da década superando até mesmo Av Brasil.Queria saber se existem mais pessoas que pensam como eu.

José disse:

Gostaria de deixar claro que A Força do Querer é tranquilamente uma das minhas 10 novelas das 21h preferidas de todos os tempos, mas que final LIXO. Foi tão ruim que eu não sei nem por onde começar a detonar:

– Primeiramente: desde os spoilers vazados, eu me incomodei MUITO com a resolução de todos os conflitos pro último capítulo. Tirando a cirurgia do Ivan (e a aceitação da família) e a morte da Irene, ficou absolutamente TUDO pro último capítulo. Eu sabia que ia ficar corrido e ridículo, mas eu imaginava uma corrida nível final de Caminho das Índias, onde pelo menos as peças se encaixaram, não essa patifaria que parecia novela mexicana ou da Manchete de baixo orçamento. Vamos lá:

– Bibi chega na delegacia e confessa que incendiou um restaurante dois anos atrás. Imediatamente, é presa e condenada entre três e seis anos de prisão, sem sentença judicial, ordem de prisão ou constituição de flagrante, ainda colaborando com a Justiça e com um crimezinho de bosta desses. O Ruy tentou matar o Zeca a sangue frio e como o processo terminou? Em aberto que nem a guarda do filho da Ana e da Clara em Barriga de Aluguel, porque não sabemos… a Cibele disse pro Ruy contar pro juiz sobre o exame de DNA do Ruyzinho porque ele seria preso de qualquer forma, aquilo apenas atenuaria a própria pena do rapaz. Ruy foi condenado? Aparentemente, seguiu a vida livre e feliz depois de quase matar uma pessoa enquanto Bibi mofou na cadeia escrevendo textão didático num caderninho falando que a droga corrói tudo e todos só pras tiazonas moralistas pararem de acusar a Glória de romantizar o crime.

– O tradicional sequestro: não quero bancar o cricrítico chato estilo Nilson Xavier que nos últimos 5 anos vem detonando qualquer novela que use esse recurso no seu final (já que pra mim só é passível de crítica quando é algo gratuito e mal-feito tipo A Lei do Amor), mas a sequência foi desnecessária da forma como foi abordada. O bandido aparece do nada, bota uma arma na cabeça da Simone, fica aquele lenga-lenga tempo suficiente pra Dita chamar a polícia NA FRENTE DELE e não tomar um tiro, a Jeiza aparecer, convencer ele que o policial disfarçado com uma câmera improvisada sabe-se lá de onde que surgiu 1 minutos depois dele exigir a imprensa, era um jornalista, e pronto, conseguem prender o bandido e Silvana enfim admite que é uma viciada. Ok, ao menos a atuação sempre visceral da Lília Cabral valeu e salvou a cena. Foi emocionante. Silvana na clínica com o apoio da família e depois indo jogar sem apostar dinheiro mostrando que o vício é difícil de ser vencido, mas pode ser controlado, foi até que uma solução digna, mas tava na cara que dava pra ter feito isso séculos antes, com Silvana já em tratamento efetivo lutando pra conquistar o perdão do marido e da filha – que foram conquistados rapidamente. Faltou uma conversa bonita entre ela e a Simone, agradecendo à filha por tanto tê-la ajudado, e o próprio Eurico, como sujeito retrógrado, perdoou fácil demais.

– Eurico e Elis Miranda: ZERO necessidade de deixar esse conflito, que embora fosse interessante não tinha tanta importância assim, pro final. Tudo corrido e atropelado. Eurico reconheceu o Nonato como drag queen, ficou boquiaberto, foi tirar satisfação e já aceitou patrociná-lo. Os próprios sites divulgaram que rolaria uma demissão antes disso; Eurico era pra ter melhorado como ser humano, mas apenas continuou achando que o Nonato era um machão pegador e ficou tentando convencê-lo a fazer show como Capitão Nascimento (??????).

– Jeiza e Caio: essa viagem 101% improvisada do Caio pra Israel foi a forma mais patética que a Glória poderia inventar para terminar com o relacionamento enfadonho e sem química dos dois. Primeira que eles não deveriam estar noivos no último capítulo, segundo que sequer foi deixado claro ali se eles de fato se separaram em comum acordo, pelo que pareceu, decidiram por comodidade tentar manter a relação a distância, mesmo sabendo que no fundo não daria certo. Em nenhum momento houve eles acordando pra realidade e entendendo que funcionavam melhor como amigos pois ela ainda amava o Zeca e ele ainda amava a Bibi.

– Guerra de facção entre Rubinho e Sabiá foi um acerto, a sequência foi muito necessária e bem dirigida, e serviu pra Jeiza definitivamente ser a protagonista que mais brilhou dentre as três nesse último capítulo. A sequência da morte do Rubinho e prisão do Sabiá vingou o público, mas o final se manteve realista com o Kikito assumindo o morro. Tinha alguma necessidade do Yuri aparecer de Goku pra consolar o Dedé pela morte do pai dele? Não, não tinha.

– Ok, agora o voo principal desse desfecho horrendo: não sei em que espaço-tempo estavam Zeca, Ruy e Ritinha, mas que eu saiba ela fugiu com o filho ali num mesmo dia e os dois já correram atrás dela no Acre, sabe-se lá como. Já chegaram lá, já se afogaram, já se salvaram, já voltaram pro Rio como AMIGOS DE INFÂNCIA mesmo um tendo tentado matar o outro, enquanto ela que conseguiu fugir com a criança SABE LÁ DEUS COMO chegou em Las Vegas como sereia profissional num aquário. Isso numa sequência de UM DIA. No mesmo dia que a Bibi confessou o crime, foi presa e escreveu o livro na cadeia, Jeiza pacificou o morro, etc etc. Zeca e Ruy enrolaram a novela toda segurando aquele amuleto com a profecia sem nem explicar direito o que era. Eles só se afogaram e reencontraram o índio depois de adultos e isso foi o suficiente pra fazerem as pazes? Era evidente que ali tinha que ter uma coisa mística, a questão da Ritinha ser uma sereia de verdade… foi gravada a sequência da Isis Valverde se tornando uma sereia de verdade; talvez fosse ali que quebrasse o encanto de sereia que ela exerceu pra dominar os dois por tanto tempo, e assim eles poderiam ser amigos e seguir as vidas. Aquela cena dela no hotel falando “eu gosto dos dois, mas gosto mais de mim mesma” só mostrou que eles podiam seguir como dois bocós correndo atrás dela, que não estaria nem aí pra eles. A própria Jeiza ficou incomodada de saber que o Zeca tava lá atrás da Ritinha; e a questão da guarda do Ruyzinho? Sequer foi resolvida. Ritinha fugiu com a criança pra nada, ninguém sabe com quem ficou a criança.

– Luta da Jeiza: um saco, como todo esse plot de MMA. Pra completar, a breguice do clichê surrado de “estou quase morrendo de tanto apanhar, mas meu verdadeiro amor surge do nada pra mostrar que confia em mim e isso me faz tirar forças do cu pra derrotar meu oponente”. E depois aquele beijo com a boca dela suja de sangue coroando uma reconciliação corrida que só existiu por causa da química do casal mesmo (segunda novela seguida que a mocinha perdoa o chifre que tomou do amado, vamos relembrar).

– Casamento da Cibele: não sei se foi a necessidade absurda de ter que haver um casamento no último capítulo, ou a Glória ser viciada demais em notícias atuais que não fazem sentido, mas ficou desnecessário. Ninguém ligava pra Cibele, foi um ônus na carreira da ótima Bruna, e a Cibele só demonstrou ser uma ressentida que vivia perseguindo o ex, não passou mensagem nenhuma de mulher feliz e empoderada se querem saber.

– Reencontro Ivan e Cláudio na Estudantina: jura que enrolaram a novela INTEIRA pra isso?

– Pronto, falta ainda 50 desfechos mas temos só 5 minutos de capítulo, o que faremos? Narração em off do Othon Bastos (!!!!) pra justificar o figurante que demos a ele, como se isso fosse novela mexicana que o SBT quer encerrar logo porque tá dando baixa audiência ou a Manchete precisando encerrar novela por falta de pagamento pra continuar produzindo. Anunciaram a homenagem pra Rogéria com toda pompa e circunstância na imprensa, bem como o lançamento do livro da Bibi tendo a Baronesa do Pó da vida real na cena, pra ambas as sequências terem no máximo 5 segundos? Edinalva e Abel juntos foi só resolução cômica pro núcleo cômico, mas foi do nada e forçado também, vamos combinar. Joyce e Eugênio terminaram como figurantes, bem como Ruy, que sequer teve um final próprio. Jeiza e Zeca já tiveram gêmeos; sabe lá quanto tempo Caio passou em Israel, já que a Bibi também conseguiu não só terminar a faculdade de direito que ela nunca havia conseguido terminar por mil motivos como tirar a carteira da OAB e ter alguma credibilidade como advogada mesmo sendo ex-presidiária e ex-traficante. Ok, voos a parte, a Elvirinha surgiu com as joias e ficamos querendo saber porque na época da volta do tio Garcia ele foi anunciado e temido pelos demais personagens como um personagem misterioso que viria com alguma carta na manga, ele vivia insinuando pra Heleninha que “na hora certa, ela saberia porque ele voltou ao Brasil”. Quem sabe a hora certa não será dita no vale a pena ver de novo, não?

– Reconciliação Bibi e Caio: torci muito por eles juntos e felizes, mas aquela conversa que ficou devendo (e muito) pra conversa deles do primeiro capítulo foi brochante, desculpem. Até Maya com a roupa mutante reencontrando o Raj no Rio Ganghes foi melhor.

– Ivan e Cláudio: não entendi porque encerraram a novela com eles, e entendi como: “oi, que estranho minha namorada ter virado um homem” x “ah, eu ainda sou a mesma pessoa que te visitou no hospital e que transou com você” x “ah, de boa”. Deram uma bitoquinha e foram nadar como namorados apaixonados. Ficou cute por que era impossível torcer pro Ivan não ser feliz com o homem que amava? Sim. Mas um pouco inverossímil, poderia ter tido diálogos bem melhores, e o Cláudio sequer ficou sabendo que quase foi papai.

– Momento do FIM: prefiro acreditar que a Ritinha se tornou uma sereia de verdade como apareceu ali na última cena, e que “o encanto da sereia” é que fez a Glória Perez delirar tanto nessa reta final desse novelão maravilhoso.

Que venha O Outro Lado do Paraíso <3