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Cortes em “Bebê a Bordo” nos fazem lembrar que o Viva é uma emissora de TV

Se o Viva fosse uma grande entidade histórica de preservação de teledramaturgia, com certeza o lema deles seria algo do tipo “Nosso compromisso é com as novelas do passado“. Desde o começo a proposta da emissora era exibir as novelas de forma integral, contando até com os merchans dentro dos capítulos, e respeitando exatamente o dia de exibição (ou seja, capítulos de sábado são exibidos sempre aos sábados). É a forma mais fiel de exibição da teledramaturgia do passado da Globo… quer dizer, ERA.

Alguma coisa aconteceu e a reprise de “Bebê a Bordo” (de 1988) tem passado por uns perrengues. Nos dois últimos dias, o Viva picotou os capítulos originais, agrupando cenas de vários capítulos para formar um único. A estratégia é bem parecida com o que a Globo faz nas reprises do Vale a Pena Ver de Novo, ou seja, CORTA PRA ACABAR LOGO. Com as edições (normalmente grosseiras) de última hora, a novela ficou até de fora do Globosat Play, que não deve ter tido tempo de “subir” as novidades na nuvem.

O motivo dos cortes aparentemente é a audiência e as possíveis reclamações do público. A trama de “Bebê a Bordo” é um pouco mais ousada que o habitual de novelas, e era uma trama carregada de insinuações sexuais. Isso pode ter desagradado o público que curte uma enésima reprise de “Por Amor”, por exemplo. Meio triste ver uma novela de 1988 sendo considerada “atrevida” demais para 2018? Com certeza.

Mas o principal efeito disso é que fez o público ver o Viva do jeito que ele é de verdade, ou seja, uma emissora de televisão. Por mais que se esforce para resgatar grandes novelas do passado e fazer uma exibição fiel, no final ainda se trata de um canal que necessita de audiência. Com o caso de “Bebê a Bordo”, acho que podemos esperar uma seleção de novelas um pouco menos ousada. Uma pena.

Após os cortes da novela, podemos ler que o lema do Viva é “Nosso compromisso é com as novelas do passado… mas só as que dão audiência“.

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Fábio Garcia

Nunca tive a chance de falar "como vai, Galisteu?".

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18 Resultados

  1. Oliel nohan disse:

    Nao posso comentar sobre bebe a bordo pois nao assisti a novela mas no tocante a carlo lombardi posso dizer que ele faz muita falta nas novelas da globo acho ele um autor de novelas genial

  2. Jose disse:

    Se for assim então nenhuma novela atual da Globo terá audiência no viva kkkkkkk

  3. Luciana disse:

    Não suporto essa novela ,mas quem gosta tem direito de assistir sem cortes.Se o Viva quer audiência ,por quê escolheram a ruim Bebê a bordo?
    Com tantas novelas maravilhosas como Elas por elas,Jogo da vida,Marrom Glace,Final feliz,Baila comigo,A sucessora,A moreninha,Salsa e merengue,Escrava Isaura. ..

  4. Gabriel (Biel) disse:

    O Carlos Lombardi tem aquela necessidade de ser o engraçadão o tempo todo, às vezes solta diversas pérolas, mas muitas vezes escreve um monte de idiotices, dignas de filmes como Todo Mundo em Pânico, ou Não é Mais um Besteirol Americano.

    Quatro por Quatro é uma das poucas exceções de novelas dele que tinha cenas normais, mas ainda assim ele não soube dosar o humor e continuou com a necessidade de ser o engraçadão da turma.

    Pé na Jaca acredito que seja a novela dele mais normalzinha.

    Assisti um pouco de Pecado Mortal e só constatei que o Carlos gosta de escrever filme de 200 partes.

    Sobre os cortes de Bebê a Bordo… o que anda acontecendo com o Viva? Minissérie substituindo novela. Novela sendo picotada para estrear logo outra no lugar. Bizarro

  5. Daniel Gonçalves disse:

    Eu vejo o texto e os comentários e me vêm à cabeça várias coisas sobre essa novela, sobre o novelista Carlos Lombardi e sobre como as novelas eram e são agora. E devo dizer, tudo é bem ambivalente pra mim.

    Apesar de concordar com a ousadia de Bebê a Bordo e até me simpatizar um pouco com a novela, não consigo ser fã. Eu tentei mas não deu. A novela é um borrão de acontecimentos, de gente falando alto com uma história em que “as coisas vão acontecendo” mas você não sabe de onde vêm nem para onde vai. E outra: Parece que o Lombardi tinha um medo patológico de drama nesse tempo. O peso e a força dos personagens estão lá (bem diferente das novelas atuais) mas ele só usa muito de vez em quando para temperar uma comédia pastelão que permeia quase todas as cenas da novela. Finalmente, as piadas anacrônicas ao meu tempo não me ajudam em nada e não, não me refiro as piadas politicamente incorretas (que costumam ser ótimas), são possíveis referencias da época mesmo.

    Pra mim essa novela é uma prova cabal de como o Carlos Lombardi evoluiu como autor de novelas (apesar de muitos acharem que ele só escreve a mesma coisa). Vendo essa novela e comparando-a com Pecado Mortal ou mesmo Pé na Jaca, você vê que ele intercala muito melhor o tempo de drama com o tempo de comédia dos personagens.

    A despeito de admitir que não sou fã da novela, basta eu comparar mentalmente Bebê a Bordo com as novelas atuais que fica fácil entender o porquê de Bebê a Bordo consegue facilmente ser superior. Citando Lero “ninguém mais gosta de novelas que satirizam a realidade e preferem ver novelas medíocres com muito maniqueísmo e lição de moral”. Mas eu facilmente acrescentaria “e que refletem as mazelas da nossa sociedade mesmo que isso custe tirar o espírito da época, região ou cultura associada a história da novela”, pois é o que mais se tem acontecido nas novelas de hoje: Temas como machismo, feminismo, preconceito contra raça ou credo, dentre outros, tratado em tramas de época com a mesma abordagem de uma história atual. Todos esses temas poderiam ser facilmente ser abordados em histórias de época? Com certeza. Mas os autores escolhem fazer isso da forma mais preguiçosa e com a solução mais fácil possível e as pessoas aceitam, dizem que lacrou, dentre outras basteiradas. E quem diz que não gostou é machista, opressor, fascista e é a favor da soberania branca, etc…

    Nesse sentido as séries de TV estrangeiras estão muito além de nós brasileiros. Basta comparar a História da Daenerys de GoT com Max de “Totalmente Demais” filho de pais caipiras que se horrorizaram com a homossexualidade do filho e o aceitou de volta NO MESMO CAPÍTULO ou Elizabeta feminista cujo maior ato feminista foi vestir calças masculinas como uma provocação barata aos costumes da época. Só mesmo os autores antigos para saber abordar um tema de forma correta, sendo eles mais inclusivos ou não.

    • disse:

      Com essa nova política da Globo (de produzir novela com tema por encomenda), hoje em dia jamais uma “Cordel encantado” seria produzida. A atmosfera original e encantadora de contos de fadas daria lugar a um show pretensioso de efeitos especiais pseudo-medievais. Já Açucena seria uma princesa cangaceira, empoderada e que não leva desaforo pra casa (mesmo que seja pela menor besteira).. Talvez a Doralice da Nathalia Dill nem existiria, e se existisse seria outra chata tbm.

  6. Felipe César disse:

    Se a proposta dessa novela é de ser leve, agradar o público jovem e ainda foi sucesso não vejo o porque cortar. Isso inclusive é desrespeito com o consumidor que paga por aquilo que assiste… deve é continuar a atender a vontade do público e não entrar pela briga da audiência. VIVA deixe os cortes para o Vale a Pena Ver de Novo e siga sua proposta original de trazer nostálgia e na íntegra.

  7. osnildo disse:

    acho bom e ruim, as vezes as pessoas nao tem saco de ver uma novela velha INTEIRINHA, então compactar é bom. Mas isso abre precedente pra mutilarem qualquer novela, até mega clássicos que não merecem esse tratamento.

    • Douglas disse:

      Mas Bebê a Bordo é um desses classicos. Quem não tem saco não assiste ué. A questão é TV paga cortando conteudo. A Warner começou a fazer isso com Friends e o povo xiou, mesmo sendo série antiga.

  8. Douglas disse:

    Primeiro foi a mudança do visual do canal q ficou horrível, parecendo feita pra agradar gente de 12 anos. Agora esse ABSURDO, fazendo o povo pagar pra ver novela mutilada. Audiência não justifica, não fizeram isso com outras que não foram bem. Se for por reclamação da patrulha, pior ainda. É assumir q os chatos venceram.

    Engraçado que acabaram de anunciar Brega & Chique. Quero só ver o q farão com a abertura.

  9. Rafael disse:

    Isso não é novidade pra ninguém… O Carlos Lombardi é tipo aquele autor: ou você ama ou você odeia, só acho estranho pq o foi o próprio público que pedia a volta dessa novela.

    Já podemos concluir que se exibissem Uga Uga ou Kubanacan nos dias atuais iria flopar e iria sofrer criticas, a única que ainda fez sucesso mediano foi Quatro por Quatro, mais pela nostalgia dos anos 90. Culpa dos crentes!

    • Douglas disse:

      Com certeza. Iriam chamar de “circo” como ta na moda chamar toda tentativa comica e todos os adjetivos possíveis que terminam em “ista”.

      E realmente assim como acontece na Globo, mais uma novela q o povo pede reprise mas não assiste.

  10. Alan disse:

    Nunca tiva um interesse real por essa novela…
    Ainda assim acho que se em 1988 estavámos avançados com tantas tramas críticas, atrevidas (um outro exemplo é Que Rei Sou Eu?), hoje deveríamos estar mais abertos para isso. Mas ao contrário, regredimos com novelas simplérrimas, paspalhonas e apelativas!

    (Uma dúvida sobre escrita: bebê perdeu acento? risos)

    • Rafael disse:

      Só li verdades, esse pensamento conservador alinhado junto com o crescimento dos crentes nos últimos anos, só piorou a situação.. um puta retrocesso!

  11. Lero disse:

    ninguém mais gosta de novelas que satirizam a realidade e preferem ver novelas medíocres com muito maniqueísmo e lição de moral

    • Rafael disse:

      “As novelas tem q ser leves, teatrais, ligadas no 220, escapistas, e não pesadas. Já basta a violência q vivemos no dia a dia e temos o direito de descansar vendo algo leve” eles disseram…. (Ops já vimos esse discurso há pouco tempo atrás não é mesmo?)

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