Os 8 maiores erros da atual temporada de “Malhação”

“Malhação – Pro Dia Nascer Feliz” começou bem mais ou menos, deu uma melhorada, e agora ficou ruim de verdade. Na reta final, nos sentimos como aquele cara que acabou virando “meme” no YouTube: “tava bom, não tava muito bom, mas agora parece que piorou”. Na últimas semanas tivemos que lidar com vilão virando maníaco, sequestro, irmãs que se odiavam e vão acabar se amando e vários outros clichês tradicionais de novela. Pra coroar a reta final da trama, resolvemos juntar aquelas duas coisas que amamos mais nesse site: gongar novelas e listas. Senso assim, reunimos aqui os maiores erros da atual temporada de “Malhação” pra você poder falar mal junto com a gente.

1. O descaso em tratar assuntos sérios:

Já escrevemos um texto sobre isso aqui, mas é sempre bom relembrar: “Malhação” é uma novela voltada para os jovens e se for pra abordar assunto sério sem responsabilidade, melhor nem fazer. A trama falou de racismo com descaso, teve aquela abordagem risível sobre assédio sexual e, embora tenha tentado mostrar um viés diferente ao tratar a gravidez na adolescência, acabou caindo no lugar comum: a adolescente que no fim das contas fica super ok com o fato de ter engravidado só porque agora tem um par romântico. A pá de cal que faltava pra enterrar de vez o jeito estapafúrdio como se fala de assuntos delicados foi a surra que Sula tomou do Duda Nagle bad boy e que, embora tenha tentado apelar por uma sororidade entre a moça e Nanda, acabou ficando daquele jeitinho: bem mal abordadinho, como é de costume.

2. A história rocambolesca:

“Malhação” começou como uma história que ia mostrar duas meia-irmãs lutando pelo mesmo boy. Bem história clichê da novelinha e até aí tudo bem. Bárbara (Bárbara França) era uma vilã daquelas bem loucas mesmo, preconceituosa e que não aceitava nem a meia-irmã e nem o fato de estar perdendo o namorado para a “retirante”, como ela se referia à Joana (Aline Dias). Depois, a trama foi indo de um jeito que se percebeu que Joana na verdade não tinha química com Gabriel (Felipe Roque), ele acabou ficando com a Bárbara mesmo, e ela com Giovanni (Ricardo Vianna). Sendo assim, Bárbara deixou de ter ciúmes da irmã por causa do boy e passou a ter ciúmes da irmã porque ela é uma pessoa louca e preconceituosa, mas agora no fim, embora elas briguem todo capítulo por razões diversas, elas vão ficar de boa e inclusive casar numa mesma cerimônia. Pra completar a rocambolisse, agora no fim da novela, Bárbara descobriu que não era filha de Ricardo (Marcos Pasquim) e embora ela nunca tenha demonstrado essa dúvida, quando ela descobriu a verdade ela disse que sempre soube disso no fundo (???). Então tá.

3. A brusca mudança de personalidade de Caio:

Caio (Thiago Fragoso) sempre se estranhou com o cunhado Ricardo, mas até aí tudo bem. O dono da Forma estava longe de ser bom pai e não parece também ter sido o melhor dos maridos para a irmã de Caio, então a implicância era até justificável. Junte-se isso ao fato de que Caio sempre culpou Ricardo pelo acidente que acabou matando sua irmã e temos uma história crível de pouca simpatia entre as partes. Pelo menos até agora. Caio, que só era uma pessoa um pouco implicante, de repente se tornou um louco invejoso que queria tudo que era de Ricardo. Ele queria roubar as filhas dele, depois quis roubar a namorada e por fim endoideceu tanto que virou um vilão psicótico que mata com seringa, acaba com a vida de possíveis testemunhas e some com o corpo, sequestra a própria sobrinha e amarra a ex-namorada no porta-malas. Estamos na quarta-feira, a novela acaba hoje (amém!) e Deus sabe o quanto Caio, seu cachorro e sua escavadeira ainda podem barbarizar. Sério, não precisava.

4. O texto:

Começou com um miniepisódio que tinha a frase “quem comenta é comentarista” e seguiu o texto de qualidade duvidosa até o fim da novela. As lições de moral que Joana dá em Bárbara são sempre recheadas de clichê, as brigas entre as duas sempre parecem discussões entre duas crianças de dez anos, e como já falamos lá no começo, todo merchan social acaba descambando num desastre total. Os momentos que acabam salvando são os diálogos entre Nanda e Jéssica, mas ainda assim, com ressalvas.

5. A história de Nanda:

Sei que rola uma parte do público adolescente que chegou até a pedir para que Filipe (Francisco Vitti) aparecesse mais na novela como um espírito porque enfim, as shippadoras pouco ligam pra plano astral, mas qual foi a real necessidade da aparição de Renato (Jayme Matarazzo) como uma pessoa que tinha recebido um transplante de coração de Filipe, e por isso, era uma espécie de reencarnação dele? A gente entende que era pra ter conflito no romance entre ela e Rômulo (Juliano Laham), conflitos um pouco maiores do que uma moça invejosa que queria fisgar ele para pegar a grana que ele ganharia em torneios ilegais, mas gente??? Transplante de coração? Mensagens do além de Filipe? Rômulo que vai passar por uma experiência de quase morte mas depois voltar porque Filipe vai dizer que simplesmente não era a hora dele? A gente podia passar sem isso.

6. O núcleo adolescente:

Tem personagem naquele núcleo que mesmo assistindo com certa frequência eu não sei o nome até hoje. Inclusive, o núcleo todo parece existir apenas para que a filha do meio de Ricardo possa ter um lugar na novela, já que as únicas pessoas que realmente recebem destaque nesse núcleo são a Juliana e a Martinha – possivelmente por ser a melhor amiga dela e ter um parentesco com Jéssica. Todas as histórias que aconteceram nesse núcleo são bastante esquecíveis, e a gente jura que não quer lembrar do começo da novela quando os alunos tiveram treta com o diretor por conta de um BODE. Dava pra fazer melhor, Jacobina. Dava sim.

7. Os deslizes:

Se a gente achou que o merchan social com a AIDS que contava com uma menina com medo de ter sido infectada pelo vírus depois de receber um encontrão com um soropositivo em uma aula de educação física era o único grande deslize que uma temporada de “Malhação” poderia cometer, parece que nos enganamos. A temporada atual conseguiu um diálogo recheado de machismo e gordofobia que pegou bem mal, lembram? Outra coisa que podia ter passado sem.

8. A reta final:

Aqui a gente não vai nem se alongar. Liga a TV nesses últimos capítulos e tenta assistir à eles sem dar uma revirada de olhos sequer. A gente duvida que você consiga.