Vimos o novo “Trapalhões” e não esboçamos um sorriso
Alguns programas marcam época. Difícil pensar em alguma criança anos oitenta que não se lembre até hoje do “Balão Mágico”, do “Sítio do Picapau Amarelo” ou da estranha figura de “Vovó Mafalda”. Já nós, crianças do fim dos anos oitenta começo dos anos noventa temos lembranças de muitos programas da Tv Cultura, “Chiquititas” e, se não fosse a reprise do Viva, estaríamos achando até hoje que “Caça Talentos” tinha sido a melhor produção infantil que a Globo já teve ao longo dos anos.
A verdade é: memória é uma coisa poderosa. Tanto é assim que a Globo investiu recentemente em um remake de “A Escolinha do Professor Raimundo” e teve resultados maravilhosos. Não era para menos. O elenco do humorístico é entrosado, os personagens estão guardadíssimos em nossos corações e, embora a “Escolinha” seja parte de um tipo de humor mais antigo, de bordão, é importante lembrar que humor bem feito não envelhece.
É seguindo essa lógica que a mesma Globo resolveu investir no remake de outro programa que marcou uma geração: “Os Trapalhões”. O quarteto formato por Dedé, Mussum, Didi e Zacarias marcou época e, depois do sucesso da “Escolinha” começou a ser a grande aposta de remake por parte da Globo.
O especial do novo quarteto agora formado por Mumuzinho (Mussa), Lucas Veloso (Didico), Bruno Gissoni (Dedeco) e Gui Santana (Zaca) foi ao ar ontem no Canal Viva e o resultado foi…, bem…, não muito melhor do que esperávamos vendo os teasers. Embora as intenções sejam boas, o quadros todos ficaram no meio do caminho. Nem são completamente fiéis ao “Trapalhões” antigo (o que é compreensível, já que muitos quadros e piadas da época envelheceram mal) e nem remetem a algo novo. Ficam ali, como uma caricatura de algo que um dia foi engraçado e hoje não é mais.
Os quadros parecem deslocados, algumas piadas (como a que eles tiram a roupa e ficam de lingerie dentro de um elevador) simplesmente não fazem sentido e, embora Mumuzinho e Gui Santana até façam um bom papel na pele de Mussum e Zacarias (esse um pouco mais forçado, pois cai mais na caricatura) respectivamente, Lucas Veloso e Bruno Gissoni não convencem na pele de Didi e Dedé. Gissoni, aliás, parece ser o mais deslocado dentro do grupo e como bem disse o Fábio, tem horas que fica a dúvida: “estaria ele interpretando ele mesmo?”. É uma questão.
O novo “Trapalhões” repete piadas antigas, que de tão repetidas não fazem mais rir. Outras vezes apela para quadros onde parece que esqueceram de colocar a piada. E embora os próprios Didi e Dedé (os originais) em uma dada hora digam que agora “os tempos são outros e cabe processo” para justificar a ausência de piadas ofensivas no programa, a verdade é que nem a desculpa do “politicamente correto” cola para justificar a ausência de graça da atração. O problema é bem mais embaixo: as piadas simplesmente não fazem rir.
E não porque o público não aceite mais um tipo de humor que fez tanto sucesso há décadas atrás, mas sim porque os textos não tem timing e os personagens só parecem imitações meio mal feitas de algo que já vimos no passado e, diferente do que acontece com a “Escolinha” não caiu bem agora. Talvez o problema seja justamente esse: enquanto a “Escolinha” faz releituras, o novo “Trapalhões” faz uma imitação e essa imitação simplesmente não funciona. E funciona menos ainda quando o elenco contracena com Didi e Dedé originais porque a imitação cara a cara com o original não convence.
Claro que ainda vem outros episódios no Viva e a estreia na Globo, mas parece muito difícil que esse novo “Trapalhões” conquiste um público novo ou mesmo agrade quem gostava do grupo. Quem achava graça no quarteto certamente vai ser mais feliz dando um play em episódios antigos no YouTube. Talvez a releitura dos “Trapalhões” seja algo parecido com a volta da pochete: a gente até deu uma cara nova e fez parecer legal hoje em dia, mas a verdade é que só funcionou mesmo nos anos 80.
Eu ainda não vi, mas a minha esposa viu, as minhas filhas viram, meu neto viu, mas eu ainda não vi, mas é muito bom!
Assisti recentemente os novos Trapalhões, e concordo plenamente com sua crítica, principalmente à respeito do ator GISSONI.
A atuação de Bruno Gissoni interpretando o DEDÉ SANTANA É HORRIVEL, UM VERDADEIRO DESASTRE!
E o cara ainda vem com o sotaque de carioca (nada contra os cariocas), mas é que o DEDÉ não tem sotaque carioca.
ALÔ PRODUÇÃO DO PROGRAMA!
TRATEM LOGO DE TIRAR ESSE ATOR DO QUARTETO SE NÃO QUISEREM PERDER AINDA MAIS A AUDIÊNCIA.
Bruno Gissoni imitando o Dedé Santana, como bem disse o autor desse texto, é o mais deslocado dentro do grupo e como disse o Fábio, tem horas que fica a dúvida: “estaria ele interpretando ele mesmo?”
Eu confesso que ainda não vi na integra mas pelo o pouco que vi o humor me remeteu um pouco aos Caras de Pau que eu até gostava hahaha
EU sinceramente gostei, achei um humor leve e despretensioso, pq chega de humor que só fala de política ou que usa temas sérios como religião e etnias para fazer humor desrespeitoso (porta dos fundos). Pensei mesmo que ia ser sem graça, mas assisti ontem e adorei, me lembrou os bom tempos da dupla Marcius Melhem e Hassum.
Geração leite com pera, tenho orgulho de não fazer parte dela
Eles são sobrinhos dos trapalhões que são insubstituíveis. As piadas e o programa estão com um tom mais infantil por causa do politicamente correto. Pode ser legal esse novo Os Trapalhões.