4 primeiras fases de novelas que a gente gostaria de esquecer

Acostumado ao sucesso fácil e à aceitação irrestrita do público, Walcyr Carrasco acabou penando um pouquinho com sua “O Outro Lado do Paraíso” depois que a primeira fase da novela não foi tão bem assim de audiência. Para resolver o problema, a Globo deu uma picotada geral e correu para estrear a segunda fase que será protagonizada pela Clara 100% vingativa querendo acabar com as pessoas que a Nathália Timberg ficou repetindo para ela durante as chamadas promocionais.

A mudança de fase aparentemente fez bem para a novela porque, segundo dados prévios, “O Outro Lado do Paraíso” bateu recorde de audiência com o começo da nova etapa. Enquanto ainda estamos tentando entender como é que Clara conseguia praticar crossfit no manicômio ou então como Estelinha aguentou 10 anos por um banheiro, decidi listar quatro novelas que as primeiras fases foram tão ruins que a gente preferiria que nunca tivessem acontecido.

“Em Família”

Na verdade, “Em Família” foi um erro por completo. Por que não pegar Manoel Carlos, conhecido por suas novelas arrastadas, o diretor contemplativo Jayme Monjardim e entregar a eles um horário numa época que as pessoas queriam novelas mais animadinhas? Claro que isso ia dar muito errado, começando pela divisão em fases da novela.

Como se não bastasse cada uma das fases trazer atores que nada tinham a ver com os que viriam a interpretar os mesmos personagens, Manoel Carlos contou vaaaaagaaaaroooooosaaaaaameeeeennnteeeeee a história de Helena (Bruna Marquezine) e do Ciúme Doentio de Laerte (Gabriel Leicam). Qualquer autor do time B da Globo conseguiria contar aquela história em meio capítulo, mas Maneco preferiu contar durante semanas.

“Império”

Aguinaldo Silva nunca escondeu que sonha em escrever uma novela épica, então sempre dá nomes pretensiosos demais para tramas muito simples. Em “Império” foi a mesma coisa: em vez de dar uma resumida na história do Comendador (Roobertchay Suede) para ir direto para o Alexandre Nero, Aguinaldinho preferiu esmiuçar a trama por tempo demais e deixou o público acostumado com os atores da primeira fase.

Por uma ironia do destino, uma atriz da primeira fase até teve a chance de brilhar na segunda etapa da história: Marjorie Estiano assumiu o espaço de Drica Moraes e interpretou a vilã Cora depois do rejuvenescimento através de xixi de jacaré. Valeu a pena porque a personagem estava completamente descompensada e morreu em cima de um carro alegórico num desfile de Carnaval sem a presença de nenhum policial que pegasse o assassino.

“Páginas da Vida”

Pra não falar que apenas as novelas recentes andam perdendo a mão em primeiras fases, Maneco já havia abusado de nossa paciência lá em 2006 quando usou QUARENTA CAPÍTULOS para mostrar como a chatíssima Nanda (Fernanda Vasconcellos) se apaixonou pelo igualmente insuportável Léo (Thiago Rodrigues).

Nossa paciência já estava no limite, principalmente porque escalaram dois atores que haviam feito um par romântico durante insuportável e mal escrita temporada da “Malhação” no ano anterior. Como os dois atores praticamente fizeram uma extensão de Betina e Bernardo, podemos considerar que foi praticamente 400 capítulos de primeira fase para “Páginas da Vida”. Haja paciência.

“A Lei do Amor”

Se pudéssemos descrever essa fase com um meme, seria aquele da Tati Quebra Barraco falando que ela não devia nem estar aqui. Por motivos logísticos, Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari precisaram tirar do éter uma primeira fase de uma semana pra dar uma enrolada, fazendo com que a já desinteressante “A Lei do Amor” começasse já estacionada.

Aí foi uma longa semana com Magnólia de peruca, Thiago Martins que iria virar José Mayer e toda uma enrolação que serviu apenas para mostrar Helô flagrando seu amado com outra numa armação surreal da vilã da novela que tinha 97% de chances de dar errado. Pra piorar: a segunda fase conseguiu ser ainda mais chata.