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As protagonistas de novela que nos representam

Hoje é Dia Internacional da Mulher e você provavelmente já viu todo o tipo de homenagem na internet: das legais, que reforçam nossa luta por direitos iguais até aquelas bem capenguinhas que chamam a gente de guerreira e celebram a jornada dupla, a maternidade e a capacidade de ser mil em uma só. Pensamos bastante pra fazer um especial pra esse dia porque não queríamos ser capenguinhas e nem fazer nada de mau gosto, então fomos lá escarafunchar os arquivos das novelas pra relembrar aquelas protagonistas porretas de verdade, mulheres fortes e que lutavam pelo direito mais fundamental de ser mulher: poder ser quem nós quisermos ser. Não vai ter Palominha chorona, mas vai ter muita mulher maravilhosa. Vem com a gente:

Tieta, de “Tieta”

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Quem era? Uma mulher que é rechaçada da cidade moralista onde nasceu por ser considerada muito abusada e é inclusive tratada como morta pelas pessoas de Santana do Agreste. Depois de ir pra São Paulo e ficar rica e poderosíssima, Tieta (Betty Faria) volta para a sua cidade natal no momento em que estão rezando a missa dela prontíssima pra abalar todas as estruturas da cidade que a mandou embora.

Por nos representa? Porque Tieta era uma mulher forte que mesmo tendo nascido em uma cidade moralista e hipócrita não deixou nem um momento de ser quem ela era pra agradar quem quer que fosse. Mais que isso, ela ainda volta triunfante pra mostrar pra todos que fizeram pouco dela que ela é uma mulher que não aceita desaforo e que vai se vingar de todas as pessoas que a fizeram mal. A cena de Tieta voltando para Santana do Agreste, além de um marco na dramaturgia, nos representa.

Laura, de “Lado a Lado”

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Quem era? Uma mulher que é filha da Patrícia Pillar vilã de época, mas que foi contra os desmandes da mãe e já naquela época achava que casar podia atrapalhar seus planos de estudar e trabalhar fora. Acaba casando a contragosto com Edgard (Thiago Fragoso), mas se apaixona por ele. Mesmo apaixonada, não hesita em pedir o divórcio quando descobre que ele teve um caso com outra mulher que está supostamente grávida dele.

Por que nos representa? Porque amamos protagonistas fortes que dão de dedo na cara da sociedade pra conseguir o que querem. Laura não aceitava o lugar que era imposto pra ela: o de mulher dedicada e que não podia sair de casa pra nada. Ela estudou, se casou com o homem que veio a amar, mas quando achou que não podia mais ficar junto dele, se separou mesmo sabendo que divórcio era um grande tabu. Não contente com isso, Laura (Marjorie Estiano) ainda se meteu em política e foi escrever em um jornal com um pseudônimo. Não tem como não amar.

Gina, de “Meu Pedacinho de Chão”

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“Ah, mas ela não era a protagoni…” Fica quieto que pra nós aqui do site ela era SIM.

Quem era? A filha arretada de Rodrigo Lombardi e Dona Tê que não ficava sonhando com um casamento e estava mais preocupada em cuidar da fazenda da família e pegar em uma espingarda quando fosse necessário.

Por que nos representa? Porque Gina (Paula Barbosa) fazia o que dava na telha dela e, ao contrário de certas professorinhas, não ficava o tempo todo se perguntando qual seria o melhor par amoroso pra ela. Ferdinando (Johnny Massaro) cortou um dobrado pra ficar com a moça que quando precisava pegava em uma espingarda, falava o que dava na telha e até defendia Ferdinando quando ele não conseguir brigar o suficiente. Foi, inclusive, por conta de sua força que Gina acabou roubando um tanto a cena da professorinha Juliana (Bruna Linzmayer) na novela.

Raquel, de “Vale Tudo”

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Quem era? A mãe da perturbada da Maria de Fátima (Gloria Pires) que cria a filha sozinha com o dinheiro da venda de sanduíches bem transados na praia, mas acaba levando várias rasteiras da vida porque sua filha não vale o feijão que come. Mesmo assim, Raquel (Regina Duarte) não abaixa a cabeça porque o sangue de Jesus tem poder e, quando necessário, bate boca e rasga o vestido de casamento até da própria filha.

Por que nos representa? Porque apesar de ser mulher batalhadora de coração bão, Raquel estava longe de ser uma songamonga. Ela lutou pra sustentar a filha, não tinha nenhuma vergonha de ser pobre e de vender sanduíche na praia e, mesmo levando rasteira de tudo quando é lado seguiu de cabeça em pé e conseguiu até ficar poderosíssima dona de restaurante. Raquel amava Maria de Fátima, mas quando percebeu que ela era mau caráter falou isso na cara dela e se recusou a ajudar a filha que passou a perna nela.

Penha, de “Cheias de Charme”

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Quem era? Uma das empreguetes que pegava às sete, mas a mais porreta das três porque sustentava família, trabalhava e ainda armava um barraco com quem fosse que resolvesse se meter a besta com ela.

Por que nos representa? Porque era maravilhosa, porque era uma personagem negra que protagonizou a novela junto com as outras empreguetes, porque foi assediada pelo patrão e botou a boca no mundo e porque ainda levou Chayenne pra justiça quando se sentiu injustiçada. Penha lutava pelos seus direitos e ainda não deixava de lado aquele pagodinho e aquela cerveja de fim de semana, porque ninguém é de ferro. Só podia ter dado um chega pra lá melhor naquele marido encostado dela.

Nina, de “Avenida Brasil”

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Quem era? Uma menina que desde pequena já cuspia na cara da madrasta que maltratava ela e que, depois de ser largada em um lixão, resolveu que ia voltar pra se vingar e voltou mesmo.

Por que nos representa? Porque amamos uma protagonista de novela que ao invés de ficar levando na cabeça o tempo todo, resolve correr atrás do prejuízo. Nina (Débora Falabella) soube virar o jogo com Carminha (Adriana Esteves) diversas vezes e era dona de sua própria vida. Nem seu amor por Jorginho (Cauã Reymond) fez ela descansar de correr atrás de seus objetivos e ela ainda protagonizou o “me serve, vadia!” que ecoa no coração de milhões de brasileiros até hoje. A única ressalva é que ela podia saber usar uma pendrive, né?

Helena, de “Laços de Família”

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Quem era? Uma das poucas Helenas de Maneco com a qual simpatizamos, Helena (Vera Fischer) já começou a novela sambando na cara da sociedade aparecendo de biquíni e depois namorando um moço muito mais jovem do que ela. Infelizmente teve uma filha chata que ferrou com o rolê, mas ok.

Por que nos representa? Porque nunca ligou pra isso de “mulher depois de certa idade não pode fazer isso, não pode fazer aquilo” e foi muito humana e muito mãe ao abnegar certas coisas de sua vida pela sua filha (que era um porre, mas era filha dela). Diferente da Helena de Regina Duarte em “Por Amor” que só soube deixar a filha uma pessoa mais insuportável a cada capítulo, essa Helena sabia dar uns esporros na Camila quando era necessário e até usou o Pedro pra engravidar pra salvar sua filha.

Julia, de “Sete Vidas”

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Quem era? Uma das filhas do doador misterioso que buscando seus irmãos acaba se apaixonando por um moço que ela acha que é seu irmão mas que na verdade não é.

Por que nos representa? Porque Júlia era sim uma menina romântica e sonhadora mas que ao mesmo tempo lutava pelo que queria e vivia conforme suas próprias regras. Desfez um casamento quando não amava mais o marido, brigava com a mãe quando ela tentava impor algo que ela não queria e ainda largou tudo pra investir na carreira de restauradora, mesmo sem o apoio da mãe maluca dela. Quando achou que devia, correi atrás de seu grande amor e mesmo com aquele jeitinho frágil não deixou de ser extraordinária quando deveria ser.

Letícia, de “Malhação”

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Quem era? MEU DEUS VOCÊ TÁ FALANDO BEM DA MISS GARI? Sim, estou. Mas voltando, Letícia (Juliana Didone) era uma menina que veio de família pobre, mas que mesmo mesmo assim arrumava um tempinho pra ajudar os mais necessitados fazendo trabalho voluntário e pra namorar o Gustavo.

Por que nos representa? Sei que Letícia pode ser um pé no saco, principalmente depois do meio da temporada pro fim, mas assistindo a temporada 2004 da novela, temos que admitir que a menina batalha pelo que ela quer e não deixa ninguém falar o que ela deve fazer. Ela dá de dedo na cara de Gustavo, de Natasha, de autoridade política e do diretor do colégio quando acha que deve e não deixa uma injustiça passar despercebida. Ok, ela também fala de reciclagem um pouco demais e fica meio trouxa depois que começa a namorar o Gustavo, mas são coisas da vida.

Karina, de “Malhação”

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Quem era? A irmã lutadora da Bianca (Bruna Hamú) que roubou o protagonismo da irmã e o coração dos telespectadores.

Por que nos representa? Porque não tava nem aí para o que as pessoas achavam sobre como ela deveria se vestir ou se portar. Karina (Isabella Santoni) bateu de frente com o pai pra lutar Muay Thai, mesmo com ele achando que lutar não era “coisa de mulher” e nunca usou uma saia a contragosto. Esquentada, a menina ensinou a todo mundo que pra amá-la, as pessoas deveriam aceitar ela do jeitinho que era ela. E deu muito certo.

Bebel, de “Paraiso Tropical”

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“Ah, amas as protagonistas eram as gêmeas lá” Caguei.

Quem era? Uma garota de programa que não veio das carçada e que tinha catiguria

Por que nos representa? Porque não tinha vergonha de ser quem ela era, porque que bela ideia esse casamento primaveril em pleno outono, porque Bebel (Camila Pitanga) batia de frente com Olavo quando precisava e porque ela nunca deixou de ser quem ela era: essa pessoa maravilhosa que roubou a cena até das protagonistas.

Xica da Silva, de “Xica da Silva”

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Quem era? Uma escrava tão da pá virada que acabou virando sinhá.

Por que nos representa? Ex. Escrava que virou princesa em uma sociedade completamente racista, precisa falar mais alguma coisa?

Sinhá Moça, de “Sinhá Moça”

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Quem era? A filha do Barão de Araruna, o cara mais escravocrata que se tinha notícia, mas que lutou contra a escravidão.

Por que nos representa? Porque num meio completamente hostil às mulheres tinha coragem de impor sua vontade e suas ideias e chegou até a ir contra o próprio pai e o homem que amava para defender aquilo que acreditava.

Júlia, de “Dancin’ Days”

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Quem era? Uma mulher que vai pra prisão por ter atropelado acidentalmente uma pessoa, e quando sai de lá tem que lidar com a irmã recalcada dela e com a alta sociedade hipócrita que a rejeita.

Por que nos representa? Porque Júlia (Sônia Braga) quebrou vários padrões da época. Ela era do tipo de pessoa que se jogava e que de vez em quando era vista bebendo demais e dançando em cima da mesa (quem nunca?). Depois de ser muito humilhada por conta do seu passado, ela fica riquíssima e volta ao Brasil pra se vingar de todo mundo que zombou dela. Forte e destemida, a personagem foi um marco na teledramaturgia e marcou época e lançou moda.

Aninha, de “Chocolate com Pimenta”

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Quem era? Uma menina simples de coração bão, que se entrega na primeira vez para Danilo (Murilo Benício) e acaba se dando bem mal depois de uma armação da ex-noiva do mal do rapaz. Ela tem sorte e acaba ficando riquíssima e se vinga de todos que a fizeram mal.

Por que nos representa? Porque fez o que teve vontade e depois lidou bem com as consequências de seus atos. Não perdoou Danilo que a humilhou e ainda virou dona de sua própria fábrica de chocolates e mulher poderosíssima na cidade.

Sandra, de “Boogie Oogie”

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Quem era? Uma moça que achou que ia casar, mas acabou perdendo o marido num acidente de avião e casou mesmo com o moço que causou o acidente de avião do noivo dela.

Por que nos representa? Porque fugiu do clichê da mocinha songamonga e sonhadora e foi apenas uma mulher que lutou pelo homem que amava. Teve raiva do que aconteceu com ela, mas se apaixonou por Rafael (Marco Pigossi) e bancou a decisão de ter um novo amor. Armava barraco quando precisava, lutava pelo que queria e dava um duro danado na vida, mas seguia firmona.

Luana, de “O Rei Do Gado”

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Quem era? Uma sem-terra que se apaixonou por um dono de fazenda, mas que mesmo assim não negou quem ela realmente era.

Por que nos representa? Porque era forte o suficiente pra lutar pela sua terra e pegar num facão se precisasse. Porque não aceitou que a mudassem quando ela não queria ser mudada. Porque bancava suas próprias decisões e não ligava se o homem que ela amava era ou não o Rei do Gado. Recusou um banho de loja, continuou falando “ara!” em todas as sentenças e só voltou pro Bruno Mezenga quando quis (e ainda achou ele perdido no rio, porque ela era dessas).

E aí, maia alguma protagonista de novela que te representa? Conta pra gente!

Larissa Martins

Fala muita bobagem, escreve sobre quase qualquer coisa e sabe tudo sobre a temporada da vagabanda de malhação.

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15 Resultados

  1. Lucca Silva disse:

    Tem a Jô Penteado de A Gata Comeu<3 Maravilhosa, ela briga, corre atrás, bate na irmã Glauciane, tem uma turma de amigos incriveis, adora criança, enfrenta a madrasta<3

  2. Um Noveleiro disse:

    Mesmo mais de seis meses depois, decidi responder: Mesmo que não fosse a protagonista, mas a Cássia Kiss como Dulce de “Morde e Assopra” roubou a cena em todas as cenas. Aquela personagem foi maravilhosa e uma heroína da vida real. Imagina quantas Dulces existem por ai…

  3. Mateus Rodrigues disse:

    Não sei porque mas também gosto de mocinhas mexicanas a Maria do Bairro é inesquecível sambava na cara da falsiane da Soraya, tem também a Malú de Cuidado com o anjo na fase final ela ira um boca aberta mas no início ela era legal.

  4. Samuel disse:

    Eu até perdoo algumas faltas nessa lista,mas não ter a Catarina é o cúmulo do absurdo

  5. Faltou a Jô de “A Gata Comeu”, a Catarina de “O Cravo e a Rosa”, por exemplo.

  6. Olhando as justificativas para Raquel de Vale Tudo ser maravilhosa, acho que na verdade não é nada que a Regina de Babilônia ou a Marizete não fariam também; a diferença é que Regina Duarte é naturalmente carismática, não importa o que faça

  7. iaranrose disse:

    Eu acrescentaria:
    Adriana Esteves com Catarina de Cravo e a Rosa, Helena de A Indomada e a Lola de Kubanacan (música do fantástico para ela pq olha essas protagonistas maravilhosas com perfis tão diferentes).

  8. GuS disse:

    Da malhacao acho que só faltou a Catarina da temp 2010 e a Lia de 2012

  9. José disse:

    Não sei se meu comentário com sugestões foi 🙁

    Mas:
    Lívia – Além do Tempo
    Catarina – O Cravo e a Rosa
    Cida – Cheias de Charme
    Porcina – Roque Santeiro
    Maria do Carmo – Senhora do Destino
    Natasha – Vamp
    Helenão – História de Amor
    Donatela – A Favorita
    Naná – Cambalacho
    Helena – A Indomada
    Cláudia – Fera Radical
    Jade – O Clone

  10. José disse:

    Eu gostaria de citar outras protagonistas:
    a já citada Lívia de Além do Tempo, Cida de Cheias de Charme, Viúva Porcina de Roque Santeiro, Maria do Carmo de Senhora do Destino, Natasha de Vamp, Helenão de História de Amor, Jade de O Clone e Donatela de A Favorita

  11. Lari a frase é “Que boa ideia esse casamento primaveril em pleno OUTONO”.
    Fiquei feliz (e surpresa) em ver a Letícia aí!
    Amo tudo relacionado a temporada de 2004.
    Eu amava Chocolate com Pimenta, mas a Aninha era songamonga (mas eu gostava dela). Gente demorar a novela inteira para descobrir que o Danilo não sabia que o Tonico era seu filho quando tava na cara…

    • José disse:

      Ela era songa-monga naquelas né… aprontou muito, dopou o Danilo e largou ele pelado no meio da rua, humilhou e bateu na Olga, inventou um monte de mentira pra ajudar a Celina a fugir do conde na cama, saiu dirigindo o carro mesmo sem saber pra perseguir os sequestradores do filho, trouxe a primeira-dama que todo mundo achava que tava morta de volta só pra impedir o golpe do baú da inimiga dela (mas ela mesma tinha armado a separação da primeira-dama e do prefeito), quando perdeu a herança do Meninão decidiu abrir a própria fábrica de chocolates… acho ela a melhor heroína do Walcyr (desculpa aí Catarina) até hoje <3

  12. Roni Junior disse:

    Protagonistas femininas são muito mais legais que protagonistas masculinos. Manoel Carlos, Gilberto Braga, Aguinaldo Silva, Lícia Manzo, Ivani Ribeiro são os autores que melhores escrevem personagens assim. Sou fã da maioria das heroínas criadas por eles.
    Valeu o post!

  13. Diana Brazão disse:

    Acho que a maravilhosa Lívia de ‘Além Do Tempo’ foi esquecida…!

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