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Porchat vs. Adnet, quem ganha a batalha dos talk-shows?

Se você não esteve em uma caverna nesses últimos dias, você provavelmente ficou sabendo que: acabou as Olimpíadas; que uma moça brasileira se envolveu com o Bolt; que o Adnet e o Porchat iam estrear na mesma semana programas de entrevistas, o “Programa do Porchat” e o “Adnight”, respectivamente.

Embora não se tenha exata certeza do que venha a ser o programa do Adnet (às vezes dizem que é um “late show”, outros chamam de “talk show” e já ouvimos também que é apenas um “game show”), fato é que os dois programas passam razoavelmente tarde (o do Adnet nem tanto) e ambos os programas recebem convidados num misto de entrevista e descontração. O “Programa do Porchat”, é verdade, tem um formato mais tradicional. Ele de fato recebe o entrevistado em um sofá, serve um drink, coloca uma foto da cidade onde ele nasceu no fundo do cenário e começa a entrevista.

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Já o “Adnight” recebe o convidado de jeitos inusitados (Galvão Bueno espremendo uvas como se estivesse em “Além do Tempo” aconteceu), faz competições entre o convidado e seus melhores amigos, além de querer causar um suposto desconforto, quem sabe uma polemiquinha ao tratar de assuntos “delicados”. No fim, a verdade é que nada disso funciona bem (ou ao menos não funcionou no primeiro programa) e quem acabou ficando desconfortável com o “Adnight” não foi exatamente o convidado, mas sim a gente que estava assistindo.

Explico: o primeiro convidado de Adnet foi Galvão Bueno, o narrador de esportes mais famoso desse Brasil. Como você deve saber, Galvão não dá muitas entrevistas e fala muito pouco sobre a vida pessoal. Ter um convidado desse calibre em um programa onde você tem “toda a liberdade” é um triunfo na manga. Mas não foi. Galvão chegou no programa com menos espontaneidade que a sua mãe quando se mete na conversa entre vocês e seus amigos e tudo pareceu muito roteirizado. Ok, descobrimos que Daniela Mercury é amiga íntima de Galvão, mas fora isso, de interessante, só descobrimos que Galvão Bueno gosta de carne mal passada. Um dos convidados, Reginaldo Leme, parecia imensamente desconfortável de estar ali naquele palco onde nada era tão espontâneo quanto deveria ser.

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Em uma dada hora, Adnet e Galvão entram em um tanque para amassar uvas e “tratar de assuntos delicados”. Nada tão delicado assim. Galvão afirmou pela milésima vez que a copa de 98 não foi comprada; disse que não é contra o casamento gay e afirmou ter perdido a virgindade aos quinze anos. Depois disso foi botado cara-a-cara com a pessoa que criou em 2010 o “Cala a Boca, Galvão” mas fingiu que em momento algum aquilo havia o abalado. Desconfortáveis mesmo ficamos nós tentando saber qual era a real graça de servir pra alguém um suporto vinho amassado pelos pés de Galvão e Adnet.

O programa terminou com uma corrida de motobichos (aqueles do shopping) e com nada de muito substancial pra se lembrar. Daqui duas semanas, ninguém vai lembrar de nada que o Galvão falou naquela entrevista.

Já no outro canal, Porchat colocou Roberto Justus no banheiro feminino da Record, entrou com ele em uma das cabines e simulou várias situações: fingiu boquete, esteve com uma escova de cabelo na mão e jogou xadrez. Sem dizerem muita coisa, a sequência deve ter arrancado risadas dos telespectadores. Nem que fosse só pelo absurdo do Justus ter aceitado fazer uma coisa daquelas.

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Depois, pra entrevista, Porchat recebeu Tiririca para a entrevista.

Tiririca chegou fantasiado, como personagem, e respondeu tudo dentro do personagem. Até que o Porchat falou do Bolsonaro. Tiririca quis sair fazendo piada, mas o apresentador apertou até que ele disse que ia falar como deputado e falou: falou que não concordava com coisas que Bolsonaro afirmava e disse tudo que pensava sobre ser deputado. Porchat conseguiu arrancar o Tiririca do personagem e arrancar uma boa entrevista, afinal de contas. Coisa que se esperava que Adnet conseguisse na Globo, sem sucesso.

O que fica da estreia dos dois programas é que Porchat, apesar de ter pouco acesso à globais (salvo um trote à Tatá Werneck na estreia) consegue ele sim tocar em assuntos delicados. Sem necessariamente ter que colocar o entrevistado para pisar em uvas. Já Adnet parece que vai precisar bem mais do que uma corrida de motobicho pra deixar o telespectador com vontade de assistir ao próximo programa.

Larissa Martins

Fala muita bobagem, escreve sobre quase qualquer coisa e sabe tudo sobre a temporada da vagabanda de malhação.

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7 Resultados

  1. Chris Freires disse:

    Acho que o o problema está nos apresentadores,o Adnet não consegue de jeito nenhum mudar a minha impressão (e da maioria das pessoas) de que ele só era engraçado na MTV,talvez ele seja um humorista que só funcionava naquele formato que só a MTV podia proporcionar,já o Porchart eu já acho mais versátil,acho que o humor dele consegue se adaptar melhor a qualquer situação ou emissora,ele é mais comercial sem dúvidas. Mas o problema do Adnight foi mais o convidado de estréia,a participação do Cauã eu achei menos ensaiada e legal até,amei a participação da Mariana Ximenez,etc. Mas o programa do Porchart é mais simples e melhor sem dúvidas.

  2. Fernando Clemente Guedes Barreto disse:

    Adnight é muito ruim,péssimo até falar que chega tentei assistir na sala mas meu pai e minha mãe estavam e como eles odeiam programas de entrevistas tive que colocar na Praça,depois vi no Globo Play pra ver se tinha melhorado a entrevista mas perdi meu tempo,é ainda pior que eu havia imaginado.
    Porchat errou na estreia em escolher a Sasha pra entrevistar,a entrevista não rendeu nada ela nunca tinha dado entrevista e podia ter ficado sem dar pq não falou nada de importante ou revelador,Safadão tbm não rendeu nada ou seja estreia só valeu pelas piadas e humor do Porchat que é bem melhor que o Danilo Gentili que peguei raiva do programa dele,Danilo entrou na zona de conforto há 2 anos o programa é o mesmo da estreia sem nenhuma novidade,nenhuma esquete,nenhum quadro novo parece sem criatividade espero que agora tendo concorrência o Gentili saia da zona de conforto dele e melhore o The Noite que só tem recebido convidado irrelevante,chato além de repetir convidado sem nada de novo pra comentar ou algo interessante de sua vida pra conta.

  3. Samuel Viana disse:

    Porque todo esses programas vem com esses cenários tão parecidos? O “Adnight” tem o cenário semelhante ao “Tamanho família” e ambos ao Vídeo show do Zeca Camargo.Cadê a criatividade pra desenvolver cenarios? Sobre a estreia do “Adnight”só posso dizer que até o “Agora é tarde” com Rafinha Bastos soa melhor em comparação a ele.

  4. Ana disse:

    O programa do Porchat é realmente melhor que o do Adnet. Mas acho que deveria ser semanal e não apelar pra subcelebridades e entrevistar políticos e personalidades polêmicas em entrevistas ancoradas no sarcasmo. Mesmo que de uma forma forma mais séria a Mariana Godoy faz isso na Redetv. Já que não podemos ter a Giovanna Antonelli que tal a Doutora Avani?

  5. Babilônico disse:

    Eu esperava muito, muito mais do Adnight. Foi sem graça, foi forçado, foi tudo o que não deveria ser. Seria melhor trazer o Tá no Ar mais. Esperar até janeiro pela volta do programa é uma crueldade sem tamanho. Vi pouco do Programa do Porchat, mas gostei do que vi. Minhas esperanças agora ficam com o talk show do Pedro Bial. Certamente terá um tom mais sério e acho que potencial pra isso o Bial tem de sobra.

  6. Maria disse:

    A estreia de Adnet foi uma vergonha alheia,me lembrou muito o vídeo show de Zeca Camargo (zzzzzzzzzz) Gosto muito do Porchat,ele tem uma veia cômica muito forte e pelas chamadas já estava dando altas risadas (n vi o programa todo,só alguns trechos e eu gostei.)

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