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A “Malhação” atual retrocede o que a anterior avançou

Malhação – Vidas Brasileiras” estreou com uma proposta interessante: falar de universos de adolescentes de classes sociais e realidades diferentes e contar tudo isso através da ótica da professora Gabriela (Camila Morgado), uma espécie de professorinha Helena do séc XXI que não bastasse ser carismática, ainda está preocupada com o que os alunos sentem e pensam dentro e fora da escola. A novelinha, baseada no seriado canadense 30 viès, mostraria a cada semana o drama de um aluno diferente e assim prometia não só mostrar a realidade de pessoas diferentes vindas de realidades diferentes, como abordar tudo isso com um certo dinamismo.

Mas queremos falar da história de Kavaco (Gabriel Contente), o protagonista da história dessa semana.

Kavaco é um menino que está enfrentando problemas em casa porque seus pais estão brigando muito e que, depois de um tempo, começa a aparecer muito estranho e desconcentrado durante as aulas do colégio Sapiência. A professora Gabriela, sempre atenta, percebe que tem algo errado acontecendo com o menino e alerta os pais. Enquanto isso vemos cenas estranhas de Kavaco conversando com um cara que pode ser um traficante, de Kavaco recebendo ligações de uma pessoa que pode ser traficante e do garoto ganhando dinheiro rápido e em quantidade, como se estivesse vendendo drogas. Além disso, Kavaco se tranca no banheiro masculino do colégio por vezes seguidas e sai de lá esquisito, aéreo, o que dá a entender que ele está mesmo consumindo drogas. Pra completar, alguns alunos do colégio começam a reclamar de um cheiro horrível vindo do banheiro e se espalhando pela escola que, de novo, aponta para drogas ilícitas.

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Mas ninguém descobre nada. A professora Gabriela desconfia mas não consegue provar nada, os pais do garoto tentam ficar atentos mas não percebem nada; nem a gente, telespectador, consegue captar qualquer coisa que seja. Até que Gabriela resolve seguir o garoto e descobre que ele não é traficante, só estava TRABALHANDO NA MARINA LIMPANDO BARCOS para ajudar em casa. E não podia contar para ninguém porque era menor não registrado. Até aí, ok.

Gabriela conta tudo para os pais do garoto, que entendem a situação e se desculpam por ter pensado mal do menino, mas no outro dia, na escola, Kavaco se tranca mais uma vez no banheiro e depois aparece andando no parapeito do último andar da escola, arriscando cair. Gabriela percebe, Carmo Della Vechia professor misterioso corre pra salvar o menino e ele está completamente desorientado, então resolvem levar ele para o hospital. Chegando no hospital a mãe pede um exame toxicológico, mas os médicos mesmo não encontram nada e ele volta pra casa.

O exame toxicológico, que sai no outro dia, não aponta nada. Mas, por coincidência, a escola tinha pedido que uma empresa inspecionasse o cheiro estranho que inundou a escola e a conclusão chega no momento em que Gabriela está tendo uma reunião com o diretor. O cheiro estranho chega de um pote de VERNIZ DE BARCO que foi deixado no duto do banheiro que dá para o ar-condicionado. Gabriela, sagaz, percebe que então a droga que Kavaco estava usando podia ser o tal do verniz de barco, que como é volátil, não apareceria no exame toxicológico.

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Nessa mesma hora o filho de Gabriela vem avisar que Kavaco está estranho trancado no banheiro e toda a história é desvendada: o menino estava cheirando verniz de barco para se sentir melhor mas não sabia que aquilo era droga. Mas era. Mas como ele usava há pouco tempo só uma terapia vai dar jeito e tudo bem.

Não vamos nem entrar no mérito da história rocambolesca, mas vejam só. Viemos de uma temporada que tratou abertamente o problema do vício em drogas. Lica (Manuela Aliperti) se viciou em drogas, foi usando drogas cada vez mais pesadas, lidou com traficantes, ficou virada e loucaça em festas, prejudicou seu rendimento escolar por conta disso, que se tornou um problema sério que a mãe percebeu e tratou como se deve: mandando a menina para e Rehab. Vários adolescentes tem problemas com drogas e podem ter se identificado e encontrado apoio na história de Lica. Mas nenhum NENHUM adolescente pode ter se identificado com Kavaco cheirando VERNIZ DE BARCO, até porque, quem é que tem um barco para envernizar por aí, dando sopa.

“Malhação – Viva a Diferença” fez com que a Malhação chegasse a um outro patamar. A autora da atual temporada, inclusive reconheceu isso e disse que a novelinha tinha chegado em um patamar onde não há volta. Bem, aparentemente há. No mesmo capítulo tivemos uma explicação pra lá de rocambolesca sobre fascismo em uma tentativa de falar sobre preconceito e extremismos, mas falou vagamente sobre um bullying contra uma menina cujo pai é corrupto. Retrocedemos e é só a segunda semana. É uma pena.

Se quiser ver o que achamos da temporada anterior de “Malhação”, fizemos um vídeo no nosso canal no YouTube:

Larissa Martins

Fala muita bobagem, escreve sobre quase qualquer coisa e sabe tudo sobre a temporada da vagabanda de malhação.

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22 Resultados

  1. Felipe Ricardo disse:

    Essa temporada só faz crescer a saudade por Viva a Diferença

  2. Kitty disse:

    Essa Gabriela é uma stalker, ninguém pode faltar aula uma vezinha que ela já vai na casa da pessoa, investigar a família e etc. Parece aquele episódio de Todo Mundo Odeia o Chris que o Chris e o Drew matam aula aí na escola do Drew fazem um escândalo pq ele faltou kkkk

  3. Guilherme Themistcocles Azevedo Neto disse:

    Trama pseudo-adulta. Pra vc abordar certos assuntos vc tem que ter capacidade pra isso. A Patrícia Moretzohn é limitadíssima em texto e abordagem. Nunca fez uma temporada boa na vida. To dando chances sim pra essa temporada, mas tem coisa que beira o absurdo de tão forçado. Que professora faz o que aquela Gabriela faz? Não trate o telespectador como idiota. Mostrar a realidade em si é bem mais fácil do que forçar as coisas. Esse foco todo em uma professora já é um erro. Malhação é feita para jovem e pra ser protagonizada por jovens. Algo diferente disso não irá lacrar, ainda mais com uma professora idealizada.

  4. Felipe Ricardo disse:

    Resposta ao título da matéria: COM CERTEZA!!

  5. Dan disse:

    Odeio esse tipo de trama que tem toda a oportunidade de tratar a estória de uma maneira legal, interesante (principalmente) mas jogam tudo que foi construído ao longo dos capítulos fora pra dar uma explicação bem besta, com uma resolução mais besta ainda. Me sinto enganada além de ser uma bela duma perda de tempo. E oque falar dessa professora intrometida, que professor faz isso?

  6. Ademilson disse:

    Fora que a Gabriela PASSA DOS LIMITES, a ponto de PERSEGUIR UM ALUNO e ser evasiva. Acredito em professores empáticos, preocupados com os alunos, mas essa abordagem tá acima do tom.

  7. Felipe Ricardo disse:

    Gente eu admito que sou fã de Viva a Diferença e sinto falta da trama, mas essa Malhação Vidas Brasileiras já tá dando ranço, chega a irritar essa falta de comprometimento com a realidade e olha que foi nesse mês de março que começou. Digo e repito que se acabar em junho deste ano antes da copa a sensação de que já foi tarde vai ser total. Eu até tentei dar uma chance pra ela, mas agora vem a pergunta em que universo ela se passa, cadê a realidade mesmo?. Bem alguns atores são bons, não todos, mas as situações são forçadas e sem lógicas.

  8. Carol disse:

    Só uma coisa a dizer sobre essa malhação:CHATAAAAAAAA

  9. Rafa disse:

    Sem contar que a a locação é totalmente fora da realidade né: É bem fácil uma professora de uma ESCOLA PARTICULAR (E olha que a Moretzsohn tinha JURADO DE PÉS JUNTOS que era uma escola pública kkk) se preocupar com cada aluno porque dá aula pra uma CLASSE DE 20/25 ALUNOS NO MÁXIMO. Ou seja, uma professora perfeita para um modelo de classe perfeita. O q não condiz com a realidade.

  10. Rafa disse:

    Decepcionado com essa temporada, me sinto totalmente traído com os capítulos iniciais e olha que senti o mesmo com A Lei do Amor, uma novela que tinha potêncial que foi piorando… Desisti

    Eu entendo a parte das drogas gente, nem toda droga tem q ser pesada e de difícil acesso. Evoluam um pouco ae senhores. Mas me espanta foi a forma que foi conduzido os acontecimentos. Parece que estão subestimando os telespectadores com
    situações bobinhas, custava a Gabriela falar de estágios para estudantes de ensino médio Jovem Aprendiz ou Aprendiz Legal aproveitando e fazendo merchan na lata vai dizer que a Moretzsohn NUNCA ouvir falar disso?, e olha que nem estou colocando o fato da classificação indicativa já derrubada, já tivemos temporadas que trataram de Crack e com merchan bem elaborados como em 2004 e e na anterior.

    JESUS acho seriamente que não vai ter história pra 343 capítulos, sendo uma história a cada quinze dias? Vai desgastar e muito!

  11. Douglas disse:

    Verniz, cola de sapateiro, tiner, solvente.. . Isso não ta na realidade? Da uma voltinha em qualquer bairro baixa renda por ai. Muito mais presente do que droguinha de playboy tipo ecstasy.

    O que eu vejo é que como já era esperado e prometido, essa malhação ta sofrendo rejeição das viúvas de VAD por pura birra. Quem sabe se eles começarem a enfiar referência de twitter isso mude né

  12. Eduardo disse:

    Viva a Diferença tratou de todos os assuntos com a maior delicadeza possível e ainda tem @ que acha que era apenas panfletagem barata, mas ok, é sério que vamos ter que aturar essa professora se metendo na vida dos alunos por 15 meses? a globo só pode ta louca em achar que essa temporada tem suporte e trama suficiente pra tanto tempo assim, tem nem 1 mês direito e eu ja quero que acabe rápido e que pule pra orgulho e paixão logo

  13. Biel disse:

    Lica foi mandada pra rehab? Eu só lembro da mãe dela ter mandado ela pra Paris. E não achei que a outra Malhação tenha abordado o assunto abertamente. Abertamente pra mim seria a Lica enrolando um baseado na frente de todo mundo

    • Enigman disse:

      Pra mim, foi abordado abertamente a partir do momento que a Lica se viciou em drogas super presentes na realidade do jovem, como maconha e MD e sofreu as consequências disso (devidamente amenizadas por causa do público alvo).
      Viciar um personagem numa droga de difícil acesso é uma abordagem medrosa, distante da realidade e que não conscientiza ninguém. Que jovem vai pensar: ‘Não vou cheirar tinta de barco não, pq olha o que aconteceu com fulano na novela…’?

      • Douglas disse:

        Difícil acesso? Em que planeta você Verniz, Tiner, cola de sapateiro, esmalte, solvente… Tudo isso é usado como inalante e pode ser comprado legalmente, por isso virou epidemia entre a molecada de rua. Ta muito mais presente na realidade do que droguinha de playboy, como ecstasy por exemplo.

        Vc fala de abordagem medrosa mas cita vicio em MACONHA (risos). Sério mesmo? Até a malhação do Fiuk foi mais corajosa que isso colocando um viciado em CRACK na trama.

    • Douglas disse:

      Pois é, do jeito que falam parece q foi uma coisa super aprofundada kkkk. Traminha que durou alguns capítulos no inicio e no final, sem rehab e sem drogas tão pesadas assim.

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