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3 clichês que “Malhação – Viva a Diferença” podia ter passado sem

Que Malhação – Viva a Diferença é um grande sucesso de público e de crítica, isso já estamos cansados de saber. Com bom texto, personagens interessantes e tocando em assuntos realmente importantes para os jovens, a atual temporada de Malhação deixou a rodada de suco para trás e inaugurou uma nova era na novelinha. Teve personagem gay, beijo lésbico, adolescente envolvido com droga e bebida, discussão sobre a escola pública que realmente saiu do lugar comum (um beijo, Malhação – O Seu Lugar no Mundo) e ainda personagens interessantes e uma trama que realmente prendia a gente na frente da TV.

Mas mesmo em uma boa novela, nem tudo são flores. Por mais que tenhamos ficado apaixonados pelas five e seus dramas, a novela não conseguiu fugir de alguns clichês bastante comuns e quase desnecessários. Como o nosso dever jornalístico é apontar o dedo na ferida mesmo nas novelas mais queridas, reunimos aqui alguns clichês que a novela poderia ter passado sem:

1. A Gravidez falsa de K2:

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Se você assiste Malhação há algum tempo você sabe que um dos clichês prediletos da novelinha é a vilã que inventa uma gravidez. Nem todas são tão ardilosas como Valéria (Bianca Castanho) da temporada do Gui e da Nanda que, de fato, fura uma camisinha e depois que perde o bebê ainda finge que a mocinha a empurrou escada abaixo, mas dá para contar nos dedos de uma mão as temporadas que passaram sem que a vilã fingisse uma gravidez. A gente realmente achou que Malhação – Viva a Diferença fosse passar sem esse recurso, mas não foi o que rolou. K2 (Carol Macedo) inventou uma gravidez falsa – com direito a exame de gravidez falso e tudo – para evitar perder Tato (Matheus Abreu) para Keyla (Gabriela Medvedovski). O tipo de clichê que a gente viu tantas vezes que dava sim pra ter passado sem.

2. A vilã de história infantil:

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Malu (Daniela Galli) é uma pessoa má. Mas ela não é uma pessoa má qualquer, ela é uma pessoa má sem nenhuma profundidade. Aquela personagem que não é apenas má mas traz em si todos os defeitos de caráter que uma pessoa pode ter. Ela é racista, é classista, detesta pobres, só pensa em ganhar dinheiro e não liga de magoar a própria filha ou a melhor amiga para conseguir o que quer. Ela quer transformar a educação em um negócio, ela cria fake news, ela se envolve com um homem rico pra conseguir investimentos para seu projeto, ou seja, Malu é a personificação de tudo que existe de ruim no mundo e não está nem aí pra isso. A questão que fica é se a novelinha precisava mesmo dessa figura tão maniqueísta, dessa vilã de história infantil. Na nossa opinião, dava pra ter passado sem. Malu podia ser pelo menos um pouquinho mais dúbia, e não quase uma psicopata.

3. A doença grave e o doador compatível:

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Mitsuko (Lina Agifu) é uma mãe japonesa bastante tradicional que quer que a sua filha vire médica e case com um moço japonês de uma tradicional família japonesa. Porém Tina (Ana Hikari) é zero tradicional e se apaixona por Anderson (Juan Paiva), um moço negro que mora na periferia de São Paulo. Mitsuko não consegue de jeito algum aceitar o relacionamento e chega até a armar uma emboscada para que Anderson vá preso e o namoro termine. Porém o coração de Mitsuko vai começar a amolecer assim que ela descobre uma doença grave: leucemia. Pra completar o combo do clichê, a mãe de Tina está precisando muito de doação de plaquetas e o único doador compatível da imensa cidade de São Paulo é quem? Isso mesmo, Anderson. Além da gente já ter visto essa história antes na Malhação 2006, tem como trabalhar a redenção de um personagem sem ter que apelar para doença grave, não é mesmo?

Claro que quando uma novela é boa esse tipo de clichê não chega a incomodar completamente porque fica diluído no meio de boas histórias mas, ainda assim, é bom lembrar que mesmo novelas ótimas também tem lá seus clichês e seus deslizes. E Malhação – Viva a Diferença também teve os seus.

[INFORME]

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Larissa Martins

Fala muita bobagem, escreve sobre quase qualquer coisa e sabe tudo sobre a temporada da vagabanda de malhação.

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10 Resultados

  1. douglas disse:

    Impressionante como insistem em criar méritos q não existem pra essa temporada.

    “Teve personagem gay” = outras temporadas tbm tiveram, inclusive a primeira

    “adolescente envolvido com droga e bebida” = tbm já teve, várias vezes

    “discussão sobre a escola pública que realmente saiu do lugar comum” = discursinho clichê da Dóris lá no começo e depois uma personagem enfrentando o preconceito na escola particular lá depois. Só. Essa foi a grande abordagem? As escolas foram mero pano de fundo nessa temporada. SLNM quando ainda prestava mostrou não só os problemas na estrutura física do ensino público mas tbm como isso afetava no comportamento e desempenho dos alunos, e até na violência do lado de fora. Quem foi aluno de escola pública sabe disso.

    Sobre os cliches dessa reta final, bem, seriam bem vindos se fossem bem feitos. K2 foi um FIASCO de vilã e tentaram salva-la nessa reta final, sem sucesso. O núcleo da Tina q era um dos únicos minimamente interessantes ficou tão ruim e sem sentido na reta final q essa draminha da mãe passou batido.

  2. Chico disse:

    Temos que ter em mente né que embora essa atual temporada de malhação tenha inovado em relação a não ter como protagonistas centrais um casal que é vítimas de armações entre outras inovações, continua sendo novela, então em algum momento ela iria resvalar em algum clichê ou em alguns clichês.

  3. Felipe Ricardo disse:

    Apesar desses clichês, pra mim foi a melhor temporada desde a Malhação Sonhos, que só não terminou muito boa porque o Duca e a Nat não ficaram juntos no final da história. Viva a Diferença já deixa saudades e eu já estou com saudades de Gunê, das five, das boas histórias e das belas abordagens.
    Curiosidade: Heslaine vieira e Giovanne Gallo, que já trabalharam juntos sendo irmãos em Pedro e Bianca, uma ótima série, estão em Malhação VAD e no final as filhas da Dóris e do Bóris serão duas meninas gêmeas, sendo uma branca e uma morena.

  4. Biel disse:

    Foram esses clichês que deixaram a reta final da novela imperdível. E quem diria que a K2 fosse se tornar a maior vilã de Malhação desde a Cristal? Não, a histérica da Bárbara tá longe de ser uma das maiores vilãs de Malhação, simplesmente porque ela mais dizia maldades do que as cometia.

    Não gostei muito dessa temporada, no geral achei muito forçada,final pra essa reta final, eu tiro o meu chapéu

  5. Kitty disse:

    Ai Larissa esse da Malu, vc forçou né. Ela é o retrato dos “manifestoches”, das dondocas, eu acho ela bem real. Tem muita gente assim na vida, que faz tudo por dinheiro. Fora que ela, tal qual a Mitsuko, demonstra que ama a filha. De maneira torta, mas ama.

    Agora a gravidez da K2, pqp, realmente desnecessário! No lugar disso poderiam ter mostrado mais do asperger da Benê, sem dúvidas o plot mais esperado. Foi decepcionante constatar que todo mundo já sabia que ela era aspie, esperava ela descobrindo junto às amigas e tal… Quer dizer, se todos já sabiam qual a desculpa da Samantha pra ficar chamando a menina de esquisita e tentando a toda custa separá-la do Guto?

    Já o plot da Tina, vamos combinar, andou em círculos a temporada inteira então não me surpreende terminar assim, embora, claro seja um clichê bem sonífero e batido. Isso era outra coisa que dava pra ter resolvido antes, e não socado agora na reta final, com um monte de histórias que ainda estão abertas.

    • Marina disse:

      A Samantha nunca tentou separar o Guto e a Benê

      • Biel disse:

        Separar não, ela atrapalhava os dois de ficarem juntos mesmo e sempre falou atrocidades da Benê ser esquisita, coisas que só a Olga falaria para a Ana Francisca, por exemplo. A K1 e a K2 nunca pareceram saberem da síndrome da Benê, se soubessem, elas não seriam tão cruéis como sempre foram. Já as amigas da Benê… será que elas sabiam desde sempre? Parecia que não. Mas eu sempre desconfiei que a Josefina e a Benê soubessem, pois essas questões são facilmente percebidas pelos psicólogos quando os pacientes são ainda crianças

        • Kitty disse:

          Ela que empurrou a Clara pro Guto, praticamente. Adoro a Samantha mas essa questão dela com a Benê eu não perdoo mesmo. Até a K1 pediu desculpa pra menina e ela vai passar impune.

          • Marina disse:

            A k1 pediu desculpas porque ela fazia bullying , a Samantha falava coisas erradas mas nunca interagiu com a Benê e o Guto só falava as coisas estranhas sobre a Benê para ela, como a Samantha ia saber o que ela tinha. E depois que a Clara e o Guto terminaram ela mesma falou que eles não tinha nada a ver e nem se intrometeu mais no relacionamento do Guto com a Benê.

  6. Guilherme Themistcocles Azevedo Neto disse:

    Pedir pra uma novela não ter clichê é impossível. Dos 3 o mais clichê foi a gravidez da K2. Entretanto, a K2 já teve atitudes legais ao longo da história e atitudes controvérsias. Quanto à Malu eu discordo. É uma vilã que quer se dar bem. Tem várias pessoas por aí assim. Não era cabível botar uma dubiedade nela. O Edgar já é mais dúbio, ama a filha, mas o poder vem acima de tudo. Ela deve amar a filha do jeito dela também, mas quer dinheiro e poder acima do resto. É uma personagem necessária para mostrar a ambição desmedida de certos empresários que comandam esse país e que só pensam em ganhar dinheiro. Tem família, mas querem é poder. Não achei a questão da Midsuko uma apelação. Ela é médica, lida com a vida e sabe o quanto isso é relevante. Nada mais justo do que ela enxergar essa humanidade em uma pessoa negra, pobre, que ela nunca valorizou. Ele teve um gesto nobre que ela nunca imaginou e que está ligado à profissão dela. Ele salvou uma vida. Não teve nada de apelativo nisso. Era a melhor forma dela enxergar que um pobre e negro também é gente, carrega o mesmo sangue que ela e também pode ter atitudes nobres. Enfim, melhor temporada de todos os tempos de longe.

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